BRT e os seus problemas - Daniel Castelo Branco / Agência O DIA
BRT e os seus problemasDaniel Castelo Branco / Agência O DIA
Por O Dia
Rio - O Sindicato dos Rodoviários (Sintrucad-Rio) vai realizar, nesta segunda-feira, uma assembleia para discutir a proposta do BRT de fazer um rodízio entre os trabalhadores do consórcio, que vai causar redução salarial dos profissionais. O encontro acontece a partir das 10h, no Terminal Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.
O rodízio proposto pelo BRT foi o estopim para a paralisação dos trabalhadores do consórcio, que afetou os três corredores de articulados que circulam pela cidade na última segunda-feira. Na ocasião, para ter os motoristas de volta às ruas, o consórcio suspendeu temporariamente o 5º termo aditivo à convenção coletiva de trabalho da categoria, assinado com o sindicato no dia 27 de janeiro, que prevê o rodízio.
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O termo prevê que os motoristas fiquem em casa porte até 10 dias por mês, período em que teriam o salário cortado. A medida duraria até 31 de março.
Na terça-feira, houve uma audiência entre o BRT, o Sintrucad-Rio, a Prefeitura do Rio e o Ministério Público do Trabalho (MPT) para discutir a paralisação. No encontro, o consórcio reforçou a necessidade do rodízio.
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"Vamos ouvir as propostas que serão apresentadas pelos empresários, colocá-las em votação e o resultado será comunicado ao MPT. Nossa finalidade é a de não prejudicar os usuários e nem a categoria, além de descartar qualquer tipo de paralisação. Acabou o auxílio, mas a pandemia continua. Em todos esses anos de sindicalismo jamais presenciei uma situação tão delicada e difícil da categoria. O impasse está criado", diz Sebastião José da Silva, presidente do Sintrucad-Rio.
Já o BRT vem alegando que passa por um colapso econômico-financeiro. O consórcio afirma que nos primeiros meses da pandemia teve redução de 75% no número de passageiros e que hoje seriam 45% em relação ao período anterior à pandemia. A queda teria gerado uma perda de R$ 200 milhões na arrecadação entre março de 2020 e janeiro de 2021.
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"Neste período, o BRT Rio vem buscando todas as soluções possíveis para honrar seus compromissos e manter o emprego de seus colaboradores. As despesas do BRT são custeadas pela tarifa, sem aumento há 25 meses. Ao mesmo tempo, os custos como o pagamento de impostos, óleo diesel, pneus, peças para os veículos e outros insumos não param de crescer", o consórcio defende.