Primeiro Batalhão de Polícia no Exército do estado fluminense investiga denunciante e denunciado - Reprodução
Primeiro Batalhão de Polícia no Exército do estado fluminense investiga denunciante e denunciadoReprodução
Por O Dia
Rio - Um suposto crime de assédio sexual envolvendo um cabo e um sargento dentro de um prédio onde moram generais, na Urca, Zona Sul do Rio, é investigado pelo Primeiro Batalhão de Polícia no Exército do estado fluminense. A denúncia envolvendo os militares foi exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (14).

Na investigação, o Exército indiciou não apenas o sargento, mas também o cabo pelo suposto crime militar. Agora, o Ministério Público Militar vai definir quem será denunciado e por qual tipo de crime. Para a sindicância, há indícios de que os dois cometeram crime sexual. O sargento teria praticado ato libidinoso, e o cabo teria permitido.

O denunciante se diz prejudicado duas vezes, primeiro, por ter sofrido assédio e segundo, por ter passado de vítima a investigado. Em um depoimento que faz parte do processo, outro militar reforça as acusações do cabo contra o sargento.

À TV Globo, outros três militares disseram que também foram vítimas de assédio por parte do sargento. A instituição disse à emissora que foram adotadas as medidas cabíveis, e que não iria comentar o andamento das investigações. Procurado pelo DIA, o Exército não deu respostas sobre o caso. 

Entenda o caso

Segundo testemunhas, o sargento tinha fama de realizar “investidas” durante o expediente. Em uma delas, um cabo, que não teve a identidade revelada, gravou o acontecimento com um celular e depois denunciou o suposto crime. Ele se apresentou à Justiça Militar com o registro feito pelo aparelho.

Ricardo Godoi era o responsável pela administração do prédio localizado em uma área militar, onde o cabo que denunciou o suposto crime fazia parte da segurança local.

Durante a ação, o cabo afirmou que o sargento tinha o chamado para fazer uma verificação de uma alteração em um apartamento que estava vazio. "Ele fecha a porta, quando ele me pede para sentar no sofá da sala, começa a fazer elogios do meu porte físico, né, e começa a acariciar as minhas pernas. Ele queria fazer sexo oral", contou ao Fantástico o militar.

De acordo com a denúncia, obtida com exclusividade pelo Fantástico, o sargento teria prometido recompensas em troca de favores sexuais.

De acordo com a denúncia, o sargento também teria oferecido dinheiro para o cabo. A vítima disse que em troca das "investidas" ele ofereceu cerca de R$ 200 a R$ 300. "R$ 200 só pra botar a mão nele", teria dito o sargento, de acordo com a gravação. O cabo então teria questionado: "Não dá pra melhorar essa parada aí?", e Godoi respondeu: "Vem cá, vem cá. Se você for legal comigo, eu vou te ajudar".

A vítima disse que sentiu medo, mas que precisou agir com frieza para acabar com o mal que já acontecia a muito tempo. De acordo com o cabo, foram duas investidas em um intervalo de 5 dias.

Após negar as acusações em um primeiro momento, o sargento admitiu a relação. Godoi disse que os dois encontros teriam ocorrido com o cabo no quarto andar do prédio. No primeiro, ele teria colocado a mão sobre as pernas do colega, que teria retrucado, dizendo que nada era de graça. Em seguida ele reconheceu que abriu o zíper da calça do seu subordinado e colocou a mão nas partes íntimas dele na segunda reunião.