Delegado diz que prints de conversas revelaram torturas sofridas por Henry Borel
Delegado diz que prints de conversas revelaram torturas sofridas por Henry Borel BIA PERES
Por Beatriz Perez
Rio - Os prints das conversas entre a babá de Henry Borel, Thayná de Oliveira, e a mãe, Monique Medeiros, revelam que elas já sabiam das agressões do vereador Dr. Jairinho (Solidariedade) contra o menino, de apenas quatro anos. Em entrevista coletiva, o delegado que comanda as investigações, Henrique Damasceno, da 16ª DP (Barra), confirmou que o acesso às mensagens foi fundamental para a prisão.
Publicidade
Monique e Dr. Jairinho foram presos nesta quinta-feira e serão indiciados por homicídio duplamente qualificado com tortura. Segundo o diretor da Perícia Técnica, Danilo Marques, a causa do óbito foi lesão hepática. "Houve lesões na cabeça e pulmão".
"Prints da babá avisando Monique de que Henry relatava violências foram importantes para a polícia verificar que o depoimento do casal, de que a família era harmoniosa, era mentirosa. Nessas conversas, a babá fala que Henry relatou que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma banda e chutou. No telefone da mãe encontramos prints de conversas que foram provas relevantes. (Prints) de quase um mês antes do crime, dia 12 de fevereiro. A própria babá fala que Henry estava mancando, e que quando quis dar banho, não deixou lavar a cabeça porque estava com dor", afirmou o delegado Henrique Damasceno. Para o titular, a casa vivia uma "rotina de violência", e tanto Thayná, a babá, quanto a mãe Monique sabiam.
Publicidade
"Ficou constatado que a rotina dentro daquele apartamento era uma rotina de violência. O Henry relatou que ele sempre fazia isso. Ele era ameaçado pelo padrasto: 'se você contar, vou te pegar. Você está atrapalhando a sua mãe'", disse Damasceno.
Casal tentou se desfazer de celulares
Publicidade
Durante a coletiva, a delegada assistente da 16ª DP, Ana Carolina Medeiros, afirmou que o casal tentou se desfazer de celulares durante a chegada da Polícia Civil, nesta quinta-feira.
"O casal foi encontrado em uma residência diferente do que foi dito em sede policial. Eles foram localizados na residência de uma tia do padrasto do menino e tentaram se desfazer dos celulares hoje, atirando os mesmos pela janela. A polícia conseguiu os celulares", disse Ana Carolina Medeiros. Jairinho e Monique foram encontrados juntos. "Eles estavam no mesmo quarto, dormindo juntos, e não ofereceram resistência à prisão. Concomitantemente foi realizada uma busca e apreensão com a babá Thayná. O celular dela foi apreendido, em que estavam conversas com Monique".
Publicidade
Casal é levado para Polinter
Após serem presos em Bangu, Monique Medeiros e Dr. Jairinhos foram levados à 16ª DP (Barra), onde o parlamentar prestou depoimento em outro caso ao titular da Delegacia da Criança Adolescente Vítima (Dcav) sobre agressões contra uma ex-namorada e a filha dela. Em seguida, os dois foram encaminhados à Polinter e ao IML, para serem encaminhados às unidades prisionais.
Publicidade
Os dois são suspeitos de homicídio duplamente qualificado, por uso de tortura e de recursos que impediu defesa da vítima, já que Henry tinha apenas quatro anos. A pena para este crime pode superar 30 anos.
Monique e Jairinho chegaram na Polinter por volta de 13h. Eles chegaram em viaturas separadas. O vereador, algemado, não respondeu perguntas da imprensa. Monique também chegou algemada. Ao ser perguntada se ela sabia das agressões sofridas por Henry, indicou com a cabeça que não sabia.
Publicidade