Delegado diz que prints de conversas revelaram torturas sofridas por Henry Borel
Delegado diz que prints de conversas revelaram torturas sofridas por Henry Borel BIA PERES
Por BEATRIZ PERES
Rio - Dr. Jairinho e a mãe do menino Henry, Monique Medeiros, tentaram se desfazer dos celulares durante a chegada da Polícia Civil na casa onde estavam, em Bangu. A residência é de uma tia do vereador. Eles foram presos nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, pela morte do menino de apenas quatro anos, no dia 8 de março. Na noite desta quinta, Jairinho foi levado da Cadeia Pública de Benfica, na Zona Norte, para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste. 
"O casal foi encontrado em residência diferente do que foi dito em sede policial. Foram localizados na residência de uma tia do padrasto do menino. Eles tentaram se desfazer dos celulares hoje, atirando os mesmos pela janela. A Polícia conseguiu os celulares", disse Ana Carolina Medeiros. Jairinho e Monique foram encontrados juntos. "Eles estavam no mesmo quarto, dormindo juntos, e não ofereceram resistência à prisão. Concomitantemente foi realizada uma busca e apreensão com a babá Thayná. O celular dela foi apreendido, em que estavam conversas com Monique".
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No celular da mãe de Henry, a polícia encontrou uma troca de mensagens com a babá, Thayná Ferreira de Oliveira. A conversa relata que as duas já sabiam das diversas agressões de Dr. Jairinho contra o menino Henry.
"Prints da babá avisando Monique de que Henry relatava violências foram importantes para a polícia verificar que o depoimento do casal, de que a família era harmoniosa, era mentirosa. Nessas conversas, a babá fala que Henry relatou que o padrasto o pegou pelo braço, deu uma banda e chutou. No telefone da mãe encontramos prints de conversas que foram provas relevantes. (Prints) de quase um mês antes do crime, dia 12 de fevereiro. A própria babá fala que Henry estava mancando, e que quando quis dar banho, não deixou lavar a cabeça porque estava com dor", afirmou o delegado Henrique Damasceno. Para o titular, a casa vivia uma "rotina de violência".
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"Ficou constatado que a rotina dentro daquele apartamento era uma rotina de violência. O Henry relatou que ele sempre fazia isso. Ele era ameaçado pelo padrasto: 'se você contar, vou te pegar. Você está atrapalhando a sua mãe'", disse o titular da 16ª DP.
'Não percebi que Monique poderia ser ameaçada', diz delegado
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O delegado Henrique Damasceno descartou, pelo menos até a fase atual das investigações, que Monique Medeiros deixou de denunciar as agressões por sofrer ameaças. Para ele, não houve coação no caso, e sim um acobertamento.
Não percebi que Monique poderia ser ameaçada. Ela teve inúmeros momentos em que ela poderia ter falado conosco. Se eu imaginasse coação jamais teria pedido a prisão de Monique
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