Favela da Rocinha
Favela da RocinhaMarcos de Paula/ Divulgação Prefeitura
Por O Dia
Rio - A Prefeitura do Rio, através da Secretaria Especial da Ação Comunitária (SEAC), lança nesta quarta-feira (5), às 10h, no Palácio da Cidade, o programa Favela com Dignidade, que abriga três importantes projetos: 'Turistando com a comunidade', 'Casa Carioca' e 'Recicla Comunidade'. Além de dar voz e vez às comunidades, a iniciativa vai levar os principais serviços da Prefeitura às favelas cariocas.
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"Melhorar a vida das pessoas, com políticas públicas eficientes, é missão da Secretaria de Ação Comunitária. A SEAC vai atuar em conjunto com as demais secretarias e órgãos públicos da Prefeitura do Rio. Vai demandar serviços que são essenciais para a população menos privilegiada. A favela vai deixar de ser invisível aos olhos do poder público", afirmou a secretária da pasta, Marli Peçanha.
O Programa Favela com Dignidade estará privilegiando as favelas com Índice de Desenvolvimento Social (IDS) menor que 0,55. Mesmo critério adotado pelo Instituto Pereira Passos (IPP) para os Territórios Sociais. O IDS considera serviço de abastecimento de água, esgoto adequado, coleta de lixo adequada, número de banheiros por moradores, número de analfabetos de 10 a 14 anos, rendimentos per capita em salário mínimo e número dos domicílios com rendimento per capita de até um salário mínimo. O IDS é considerado até 1.
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As comunidades Vila Sapê, Asa Branca e Virgolândia, situadas na região de Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, são candidatas a receber, a partir do segundo semestre, os benefícios do Favela com Dignidade. "Os agentes da SEAC estão em campo, ouvindo moradores e lideranças comunitárias, para mapear as principais demandas e problemas dessas comunidades".
Os líderes já estão fazendo vistoria em comunidades e a população é ouvida para definição de serviços como instalação de caçambas de lixo, iluminação pública, poda de árvores, asfaltamento, solicitação de praças ou recuperação das mesmas.
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Territórios sociais são um programa do IPP que tem como objetivo reduzir a vulnerabilidade social das famílias de extrema pobreza no Rio de Janeiro por meio de um conjunto integrado de ações públicas. O programa já atua nos 10 grandes complexos de favelas, são eles: Alemão, Maré, Chapadão, Pedreira, Vila Kennedy, Lins, Penha, Cidade de Deus, Jacarezinho e Rocinha. A SEAC ainda ressalta que atenderá comunidades que são ou não classificadas como territórios sociais.
Conheça os projetos:
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O projeto 'Turistando com a comunidade' pretende garantir ao morador de favela o direito de conhecer a cidade onde mora. Inserir o morador no contexto histórico cultural do Rio, com visitas guiadas dentro e fora das favelas. Segundo a SEAC, os moradores serão escolhidos de forma participativa via Associação de Moradores. "O aumento da autoestima vai ajudar a combater o estigma e a segregação impostos pelo preconceito. O projeto vai democratizar a cidade, valorizar a cultura, a arte e o poder transformador produzidos pelas comunidades", informou a pasta.
O 'Casa Carioca' terá como finalidade melhorar as unidades habitacionais que ofereçam risco à saúde. Aberturas de janela para maior circulação de ar, instalações sanitárias são alguns exemplos de melhorias imediatas que serão proporcionadas pelo projeto.
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O 'Recicla Comunidade' mostrará que é possível transformar lixo em dinheiro e reforçar a renda da população através da inclusão social e da cadeia produtiva da reciclagem.
O morador deve levar seu material reciclável, plástico, vidro, alumínio, ferro, papelão, ao Centro de Apoio para Reciclagem (CAR), que será instalado nas favelas. Ele receberá pelo peso do material, que será creditado em um cartão ou através do aplicativo do projeto. O sistema de crédito é feito através de identificação facial previamente cadastrado, o que evitará fraudes, de acordo com a SEAC. O dinheiro acumulado poderá ser usado no comércio local.
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Radiografia das comunidades
Vila Sapê
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A Vila Sapê é uma comunidade com cerca de quatro mil habitantes, 1.262 domicílios em uma área de 83.953 metros quadrados em Curicica, Jacarepaguá, com IDS 0,546. Tem como principais problemas a má localização da Clínica da Família, que atende a comunidade, em área de tráfico não acessada pelos moradores, a falta de rede de esgoto, asfalto e água encanada, além de ter cerca de 100 barracos de madeira à beira do rio Pavuninha.
Asa Branca
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A comunidade existe há 35 anos e está localizada em Curicica, numa área onde, anteriormente, existia uma horta. Hoje são cerca de 8.000 moradores, segundo Associação de Moradores e 3.295 (IPP) em uma área de 74.581 metros quadrados. Tem o IDS 0,55. Os principais problemas da comunidade é a necessidade de regularização dos nomes de rua e construção de áreas de lazer.
Virgolândia
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Com população estimada, pela Associação de Moradores, de 3.500 pessoas, Virgolândia tem cerca de 109 domicílios. A comunidade ocupa uma área de 8.959 metros quadrados. A comunidade tem áreas sem rede de esgoto e asfalto.