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Peixão fecha parceria com traficantes do PCC para fornecimento de drogas no Complexo de Israel
Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) iniciaram as investigações sobre a aliança entre as facções após operação no Complexo de Israel, em abril
Por Thuany Dossares
Rio - O chefe do tráfico do Complexo de Israel, na Zona Norte do Rio, Álvaro Malaquias, o Peixão, fez uma aliança com traficantes paulistas do Primeiro Comando da Capital (PCC), para que eles fornecessem armas e drogas para suas comunidades. A parceria criminosa está sendo investigada por Policiais da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD).
Os negócios interestaduais foram descobertos após a prisão em flagrante do traficante paulista Adriano Pereira de Souza, conhecido como Cigano ou Dente de Ouro, durante operação da DCOD, em abril, em Parada de Lucas, uma das comunidades que compõe o Complexo de Israel.
Ele até tentou passar despercebido pela polícia do Rio, ao apresentar documentos falsos em nome de André Pereira de Souza Gomes, mas logo teve a sua verdadeira identidade revelada. Cigano disse aos agentes que era empresário e veio ao Rio apenas para curtir bailes funk, mas na realidade é responsável pelas finanças do Primeiro Comando da Capital (PCC). A descoberta foi feita após a troca de informações entre policiais civis de São Paulo e da DCOD, dias após a captura, conforme apurou O DIA.
A especializada descobriu que Cigano veio para o Rio de Janeiro com a missão de fechar negócios com Peixão, a respeito do fornecimento de drogas e armas, e fazer assim uma aliança entre o carioca ligado à facção Terceiro Comando Puro (TCP) e o PCC. Peixão é acusado de controlar o tráfico em Paradas Lucas, Cidade Alta, Vigário Geral, Pica Pau e Cinco Bocas, na Zona Norte do Rio, e de fornecer drogas para as favelas do Buraco do Boi, em Nova Iguaçu, e Parque Paulista, em Duque de Caxias.
"O PCC tem como atividade principal o domínio de rotas e o fornecimento em atacado de drogas, daí a posição de destaque de Cigano na facção. As investigações da DCOD continuarão no sentido de identificar outros elos entre as duas facções de narcotráfico", explicou o delegado Marcus Vinicius Amim, titular da especializada.
A DCOD ainda apurou que o criminoso de São Paulo exerce o cargo de tesoureiro de sua facção. Seu apelido, Cigano, foi dado por conta de sua função, já que ele tem a missão de viajar por todo Brasil fechando parcerias com traficantes de outros estados, até os ligados a outras facções.
O criminoso é de Guarulhos, em São Paulo, e contra ele havia um mandado de prisão por tráfico de drogas, expedido pela justiça paulista, que foi cumprido dentro do sistema prisional do Rio. De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, Adriano é apontado pela polícia como chefe do tráfico e responsável pela distribuição de drogas na região.
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Cigano ainda irá responder por uso de documento falso, falsidade ideológica, associação para fins de tráfico, e pelo flagrante de porte ilegal de munições.
Peixão fecha negócio com outras organizações criminosas
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Essa nova sociedade fechada por Peixão com outra organização criminosa demonstra um perfil empresarial do traficante para fortalecer seus negócios ilegais. Em 2020, o criminoso já havia feito uma aliança com milicianos de Brás de Pina, também na Zona Norte do Rio.
Na ocasião, Peixão Tinha como objetivo ter apoio para invadir o Complexo da Penha, reduto de seus rivais do Comando Vermelho (CV). O pacto rendeu ao traficante o comando da venda de drogas nas comunidades Quitungo e Guaporé.