Agentes da Dcod prenderam Sandra Sapatão na Praia do Boqueirão, em Saquarema
Agentes da Dcod prenderam Sandra Sapatão na Praia do Boqueirão, em Saquarema Divulgação/PCERJ
Por Bruna Fantti
Rio -- Agentes da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas) filmaram o momento da prisão de Sandra Helena Ferreira Gabriel, a Sandra Sapatão, de 54 anos. Foragida desde 2019, acusada do homicídio de um policial e da tentativa de morte de outro, ela estava com amigos na areia da praia do Boqueirão, em Saquarema, Região dos Lagos. Ela é apontada pela polícia como uma das lideranças do tráfico no Jacarezinho. 
Sandra foi encontrada a partir de um trabalho de inteligência, que contou com a apreensão de celulares na operação Exceptis, realizada no dia 6 de maio. Na ação 27 homens, apontados como integrantes do tráfico de drogas pela polícia, foram mortos. Ainda na operação, um policial, da mesma delegacia especializada que realizou a prisão da Sandra, morreu e, outro, foi baleado.
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Nas imagens do momento de sua prisão, Sandra aparece ao lado de amigos, quando dois agentes, identificados com o distintivo da corporação, apontam as armas e dão voz de prisão. Ela não resiste.
Aos policiais, Sandra disse que  soube do mandado de prisão, em 2019, dentro de uma igreja e que não possui ligação mais com o tráfico. 
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Policial baleado no Jacarezinho participou de prisão
O agente  da Dcod, que foi baleado no braço, no dia 6 de maio, participou da prisão de Sandra. "Isso ( a participação desse policial) demonstra o quanto nós somos profissionais. Há um discurso equivocado de que uma operação tem de ser encerrada quando um agente é ferido ou morto. Nós somos profissionais, não agimos com emoção, mas com técnica. Quem defende esse discurso de que uma operação tem de cessar quando um policial é alvejado e morto em uma operação, está incentivando o assassinato de policiais em ações operacionais e não está do lado da sociedade: está do lado do crime organizado", afirmou o delegado Felipe Curi, chefe das delegacias especializadas.
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Ainda segundo Curi, a ação da Dcod, que levou à captura de Sandra, foi baseada em dados de inteligência. "Ela teve início no mesmo dia da operação no Jacarezinho, com a coleta de dados de inteligência e atividade de campo. Com isso, esses dados foram imediatamente trabalhados, seguindo o tripé 'inteligência, investigação e ação' da Polícia Civil. Assim, a Dcod começou a investigar  e hoje, fez a ação de captura da Sandra".
Sandra: tráfico e mortes
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Em 2007, Sandra estava na lista dos dez bandidos mais procurados do estado. Ao ser presa, em 2010, ela chegou a ser a única mulher presa em um presídio federal de segurança máxima. Em 2014, ela saiu em liberdade provisória e não retornou à prisão, sendo considerada evadida do sistema prisional.
No mesmo ano, foi capturada por agentes da Unidade de Polícia Pacificadora do Jacarezinho (UPP), ocasião em que ofereceu R$ 20 mil para não ser presa. Já em 2016, saiu em liberdade, e teria voltado a gerenciar o tráfico pessoalmente.
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Em 2017, ela é apontada pela polícia por participar de um tiroteio que matou o policial militar Michel de Lima Galvão, da UPP Jacarezinho, e deixar outro agente baleado no rosto. Em 2019, por conta desses crimes, ele teve a prisão preventiva decretada, ao lado de outros dois traficantes, na 2ª Vara Criminal.