Segundo as investigações, Glaidson, cujo histórico profissional era de garçom, movimentou em pouco tempo R$ 2 bilhões nas contasLetycia Rocha (RC24h)

Rio - O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) ainda não tem data para julgar o mérito do Habeas Corpus apresentado pela defesa de Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, suspeito de comandar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas que pode ter movimentado dezenas de bilhões de reais desde 2014. Nesta quinta-feira (2), o desembargador federal André Ricardo Cruz Fontes negou a liminar de soltura apresentada pela defesa do empresário, que diz que a prisão é "injustificável" e tenta a concessão da liberdade provisória.
Fazem parte do colegiado o desembargador Marcello Ferreira de Souza Granado e o juiz federal convocado Flávio Oliveira Lucas, que está no tribunal por conta da aposentadoria do desembargador Abel Fernandes Gomes. Eles poderão ou não seguir o voto do relator, que determinou a manutenção da prisão preventiva do ex-garçom e ex-pastor.
O empresário foi preso no último dia 25, durante uma operação da Polícia Federal. De acordo com as investigações, a empresa de Glaidson, que atua no mercado de criptomoedas, é responsável por um esquema de pirâmide, que prometia um "insustentável retorno financeiro sobre o valor investido", deixando investidores no prejuízo.
A defesa lamentou a decisão do desembargador e informou, em nota, que o corpo jurídico da empresa vai ingressar com recursos cabíveis, em instâncias superiores, "o quanto antes, por entender que a prisão é desnecessária e injustificável." A defesa disse ainda que "tem a certeza de que a verdade e a justiça sempre prevalecerão e não medirá esforços para que o CEO da empresa consiga recuperar seu direito à liberdade".

Na operação "Kryptos", agentes da PF encontraram barras de ouro, carros de luxo e cerca de R$14 milhões em espécie, que foram transportados por um carro forte para a sede da Polícia Federal, na casa de Glaidson. A operação cumpriu cinco mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. Na ação, agentes também apreenderam 591 bitcoins, o equivalente a R$147,7 milhões; 21 veículos de luxo; diversos relógios de alto valor, joias, celular e documentos.