MARIAM TOPESHASHVILIDivulgação

Rio - O Programa Oportunidades Acadêmicas, apoiado pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos, completa 15 anos no Brasil e já beneficiou centenas de alunos. O programa tem o objetivo de apoiar estudantes qualificados e que venham de famílias com recursos financeiros limitados no processo de candidatura para programas de graduação e pós-graduação nos EUA, com o objetivo de conseguir bolsas de universidades norte-americanas. Ele é oferecido por meio da rede EducationUSA, uma rede do Departamento de Estado para orientar e acompanhar interessados em estudar no país.

O programa oferece acompanhamento acadêmico ao longo do processo de candidatura e cobre os custos do processo de candidatura a universidades, que incluem: material de estudo, taxas de inscrição para as provas exigidas, transporte e acomodação quando necessários para realização das provas, taxas de inscrição das universidades, tradução e envio de documentos. As inscrições para a modalidade graduação estão abertas até o dia 10 de janeiro de 2022, e podem ser feitas no site da instituição (www.educationusa.org.br/oportunidades-academicas-graduacao).


Em sua última edição, o programa teve alunos aceitos em universidades conceituadas como Dartmouth College, Duke University, Harvard University, Minerva KGI, Northwestern University, Stetson University, Villanova University e Universidade de Chicago. 
Lucas Lélis, de 19 anos, está na Universidade de Chicago. Nascido na Tijuca, ele tem três irmãos e é filho de um taxista - a mãe atualmente está desempregada. Os pais nunca teve condições de pagar colégio particular, mas sempre apoiaram a vontade dele de estudar. Deveria começar o semestre lá em setembro de 2020, mas acabou indo só em janeiro de 2021. Ele diz que não acha contraditório ser de uma família humilde e estudar Economia em Chicago.
“Não é à toa que Chicago é a melhor universidade de economia do mundo. A educação aqui é excelente, e eu gosto sim do mercado financeiro, da adrenalina. Mas o meu sonho não é ficar nisso. Eu quero pegar esse conhecimento e traduzir em ajudar minha família cada vez mais, promover e criar projetos de ESG, sustentabillidade, e mais para a frente educação financeira, tudo no Brasil. Mas a curto prazo é morar em Nova York, trabalhar no mercado e ajudar minha família”.
Mariam Topeshashvili, criada no Rio, tem 25 anos e se formou em Harvard. Ela chegou ao Brasil com 4 anos, fugindo da guerra civil na Geórgia no início dos anos 90. O pai era cientista político e já vinha sendo perseguido. Ela acabou indo para Harvard aos 18 anos. Concluiu a faculdade nos Estados Unidos, voltou para o Brasil, empreendeu junto com uma amiga e acabou se tornando uma executiva da Rappi. Hoje em dia, ela vive com a mãe em São Paulo e serve de inspiração para jovens que sequer imaginam trilhar um caminho deste tipo.

Gustavo de Almeida, 23 anos, hoje está fazendo seu doutorado em Sociologia na Brown University, após a graduação no Dartmouth College, onde conseguiu bolsa de estudo com ajuda do Oportunidades Acadêmicas. Nascido na periferia de São Paulo, filho de pai frentista em posto de gasolina e mãe empregada doméstica, ele se diz muito feliz por chegar onde chegou, e ressalta que estudar em duas das mais prestigiadas universidades dos EUA só foi possível graças ao apoio recebido do programa.

“Sou a primeira pessoa da família a concluir o Ensino Médio e a universidade. Quando eu tinha dez anos, minha realidade não comportava sequer sonhar em chegar até aqui. A mentoria, o apoio, a ajuda com todos os custos, tudo isso me fez ver caminhos que eu não imaginava possíveis. Agora quero terminar o doutorado e seguir carreira acadêmica”, conta.

Para participar, os /candidatos devem estar no 2º ou 3º ano do Ensino Médio em 2022 ou ter se formado em 2021; vir de uma família com recursos financeiros limitados; ter inglês avançado e excelente histórico acadêmico; realizar atividades extracurriculares e comunitárias; e estar interessadosem qualquer área de estudo, exceto Medicina, Odontologia, Veterinária, Psicologia ou Direito.