Lucas Matheus, 9 anos, Alexandre Silva, 11, e Fernando Henrique,12Reprodução

Rio - A tia de uma das crianças mortas pelo tráfico da comunidade Castelar, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, disse ao DIA, após o inquérito da Polícia Civil ser divulgado, que o sentimento da família é de dor e revolta. Ela, que preferiu não ser identificada, afirmou que os familiares já imaginavam que os meninos tinham sofrido agressões antes de serem executados pelos criminosos.
"Infelizmente nós já tínhamos essa desconfiança. Estamos sentindo dor, tristeza, revolta e ódio. Tudo ao mesmo tempo", desabafou.
A mulher disse ainda que a família, por mais difícil que seja, gostaria de saber onde estão os corpos de Lucas Matheus, Alexandre e Fernando Henrique. Ela também revelou o medo de continuar morando na região onde ocorreu o crime. "Todos temos vontade de sair daqui (Castelar). O problema é que não temos para onde ir. Eu já tirei meus dois filhos".
Em um inquérito concluído pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) e divulgado nesta quinta-feira (9), foi revelado que uma das vítimas morreu em decorrência de uma surra dada por um dos traficantes da comunidade. Os outros dois teriam sido executados logo depois.
As investigações apontaram que a ideia inicial dos criminosos era apenas agredir as crianças como uma forma de corrigi-los. No entanto, uma delas não teria resistido e eles, então, decidiram executar as outras duas.
Ainda na quinta-feira, 51 suspeitos de envolvimento com a organização criminosa do Castelar, foram alvos de uma ação deflagrada pela DHBF. O tráfico de drogas da comunidade começou a ser investigado pela especializada após o desaparecimento dos meninos, em dezembro do ano passado.