Elizabeth Louro, juíza do caso Henry BorelCleber Mendes/Agência O Dia

Rio - Juíza no processo que apura a morte do menino Henry Borel, a magistrada Elizabeth Louro rejeitou, no fim da sessão desta quarta-feira (15), o pedido da defesa de Monique Medeiros para que a prisão da mãe de Henry fosse revogada e convertida em medidas cautelares.
"Conforme eu disse em plenário, eu entendo que os dois pressupostos para a manutenção da prisão preventiva ainda continuam presentes, que é o da conveniência da instrução criminal, porque a gente não pode afastar a hipótese de eles virem a ser pronunciados (para o julgamento pelo júri popular). E a questão da ordem pública, que foi manifestamente abalada. Além do mais, eu pessoalmente acho que diante da reação da sociedade à ré Monique, ela correria riscos ao ser solta", disse a juíza em entrevista ao DIA, após a sessão desta quarta-feira.
A juíza, que também atuou no processo da Chacina da Baixada, considera que os três dias de sessões de instrução e julgamento foram produtivos para a produção de provas:
"Foram dias muitos cansativos mas que valeram a pena, pois foram muito produtivos. Nós conseguimos praticamente terminar a prova de defesa. Ficaram faltando duas testemunhas que estavam doentes. Agora, vamos aguardar a manifestação dos advogados sobre se há interesse na oitiva das testemunhas. Então, agora só temos praticamente os interrogatórios dos acusados, que eu deixei para uma audiência separada, pois eu já imagino que eles devam falar bastante", disse Elizabeth Louro, que explicou os próximos passos do processo:
"O próximo passo são os interrogatórios dos acusados, no dia 9 de fevereiro, que serão antecedidos da oitiva das duas testemunhas de defesa caso os advogados da Monique insistam com essas oitivas. Depois disso, as partes farão as alegações finais para eu dar a decisão de admissibilidade ou não da acusação. Aí temos diversas possibilidades. Se a decisão for de pronúncia dos réus, aí eles vão a plenário serem julgados pelos jurados", explicou a juíza.
Ao fim da sessão de julgamento, o grupo de mães de vítimas de violência, que protestaram na porta do Tribunal de Justiça desde a manhã, continuavam se manifestando. Elas gritavam palavras de ordem como "Vai comer quentinha" e "É na cadeia".