Taco aom arame farpado está entre o material apreendido na Operação Bergon Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Rio - Suspeitos de cometerem crimes de racismo e antissemitismo nas redes sociais são alvo da Operação Bergon, deflagrada na manhã desta quinta-feira, dia 16, nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 
A ação é resultado de sete meses de investigação da Dcav (Delegacia da Criança e Adolescente Vítima), especializada da Polícia Civil do Rio, e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado), do Ministério Público fluminense. O trabalho também conta com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).
Segundo as investigações, os suspeitos estariam disseminando ódio nas redes sociais e dispostos a praticar atos de violência, como lesões corporais e até homicídios contra as vítimas. Quatro pessoas foram presas, uma delas em Valença, no sul fluminense.

Investigação a partir de prisão de filho de desembargador
A partir da análise dos eletrônicos apreendidos com Fabiano Mai, 18 anos, que matou três crianças e duas professoras a facadas em uma creche de Saudades, Santa Catarina, em maio deste ano, foram encontradas conversas, pela internet, de ódio e racismo com jovens de diversos estados brasileiros.  
Conforme O DIA revelou, o filho de um desembargador do Tribunal de Justiça do Rio, com transtornos mentais, fazia parte dessa rede de conversas com Mai, e foi preso cinco dias após o ataque em Saudades, por agentes da Dcav. Ele postava mensagens de ódio contra negros e judeus, além de concordar com atos de homicídio.
Em sua residência, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, foram apreendidos quatro videogames, um notebook e um celular, que passaram por perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). Através da extração dos dados, foi possível identificar pelo menos três grupos neonazistas em sete estados brasileiros. 
"Por tudo que se verifica, dúvidas não restam de que todos integrantes dos grupos (...), bem como aqueles que trocaram mensagens diretas de conteúdo nazista com (...) ou que veicularam imagens de conteúdos discriminatórios em redes sociais, conforme exaustivamente demonstrado acima, integram associações criminosas voltadas à prática de instigação a ações violentas conta vítimas de grupos determinados, tendo por influência ideologias extremistas que perpetuam o racismo e o preconceito", diz trecho do relatório policial produzido pela especializada.
Parte das conversas entre Mai e outros jovens brasileiros foi disseminada para as polícias civis pelo Ministério da Justiça, que contou com o compartilhamento de informações da Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI), da Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília. Através dessa trabalho, desde maio, já foram realizadas prisões de simpatizantes  nazistas no Brasil e que discorriam sobre homicídios motivados por ódio.