Sala de aula da Escola Municipal Estados Unidos, no CatumbiReginaldo Pimenta / Agencia O Dia
Escolas municipais do Rio não vão reprovar alunos com nota baixa
Só vão 'repetir de ano', os estudantes que não frequentaram as aulas presenciais, nem realizaram as atividades remotas. A rede pública de ensino do Rio tem 600 mil estudantes
Rio - Os alunos da rede municipal do Rio serão aprovados em 2021 mesmo com notas baixas. A única possibilidade de reprovação acontecerá em caso de pouca frequência, para os estudantes que faltaram aulas presenciais e também não acompanharam o ensino remoto. A decisão, divulgada nesta quinta-feira (16) pela Secretaria Municipal de Educação e que ainda será publicada em Diário Oficial, tem o objetivo de equilibrar o ano letivo de 2022 com o atual, considerado atípico por conta da pandemia. O plano é que o conteúdo que foi ministrado aos estudantes neste ano será reforçado na próxima temporada de aulas.
A Secretaria Municipal de Educação diz que a modalidade, chamada de 'continuum curricular', é diferente da aprovação automática, que já foi adotada na rede municipal no início da década de 2000, por outras gestões. Segundo a pasta, o sistema adotado pelo Rio desta vez é "uma forma de retomar no ano seguinte habilidades que não foram trabalhadas o suficiente e são necessárias para o seguimento do aprendizado". O sistema valerá para o ano que vem.
Os 644 mil alunos da rede municipal de ensino conviveram ao longo da pandemia com a transição entre o ensino remoto, em 2020, e o presencial, que começou a ser retomado em fevereiro. As aulas nas escolas municipais voltaram ao modo 100% presencial no dia 20 de outubro. Com os estudantes de volta às salas, o projeto da Prefeitura do Rio é dar aulas de reforço para os alunos que apresentarem defesagem escolar.
Estão programados para o próximo ano letivo alguns projetos para recuperar o aprendizado. O primeiro deles é o de reforço escolar para cerca de 75 mil alunos com defesagem. Serão cinco horas semanais de reforço nos horários de contraturno - antes ou após as aulas normais.
Um projeto semelhante é o Travessia, que visa repassar um material específico para alunos que apresentam baixo desempenho em avaliações de escrita e leitura - são estudantes que estão em séries à frente, mas que ainda mostram dificuldade em conteúdos básicos, como interpretação de texto.
"Durante 2022, nós ainda teremos conteúdos que serão para reforçar o conteúdo de 2021. Então é muito importante que a gente não dê bomba nos alunos que se dedicaram, que apareceram. Mas que a gente consiga acolhê-los e ajudá-los em tudo que eles precisam", explicou o secretário municipal de Educação, Renan Ferreirinha, ao 'Bom Dia Rio'.
Na rede estadual, a secretaria de Educação afirmou que a aprovação é medida também pela frequência, e não por notas, e que não fará aprovação automática. A mudança de série, segundo a Seeduc, "não está condicionada aos resultados e notas obtidos, mas à frequência e à participação nas atividades pedagógicas oferecidas, sejam aulas presenciais, atividades no Applique-se, videoaulas, ou por meio das apostilas". A frequência dos estudantes deve ser acima de 75%, seja de forma remota ou presencial. O critério é estabelecido na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
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