Fabrício Alves de Souza, 26 anos, foi morto durante confronto entre criminosos e a Polícia MilitarDivulgação

Rio - As armas usadas por policiais do 41º BPM (Irajá) envolvidos no confronto que resultou na morte do morador Fabrício de Souza, 26, foram apreendidas para perícia técnica na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na última quarta-feira. Não foi informado a quantidade de armas apreendidas e os policiais ouvidos. Os agentes também foram ouvidos para esclarecer o que teria acontecido durante a troca de tiros com criminosos do Complexo da Pedreira, na Zona Norte, no início da manhã de terça-feira (21). Diligências seguem para esclarecer todos os fatos e identificar de onde partiu o disparo que atingiu a vítima.
A Polícia Militar também está apurando as circunstâncias do ocorrido e afirmou que está colaborando integralmente com as investigações da DHC. Fabrício não tinha passagens pela polícia e estava a caminho do trabalho, em Nova Iguaçu, onde exercia a função de pintor em uma obra da Cury Construtora. Segundo o patrão da vítima, Claudinei Gomes Silva, 37, o funcionário tinha comprometimento com o horário e estava sempre disposto a ajudar os colegas.
O enterro de Fabrício aconteceu na tarde desta quarta-feira, no Cemitério de Inhaúma.
Versão da família e amigos
Moradores do Complexo da Pedreira, em Costa Barros, na Zona Norte do Rio, relataram ter ouvido PMs do 41º BPM (Irajá) terem confessado que fizeram uma besteira ao atirarem contra Fabrício. Amigos do pintor que moram na mesma comunidade contaram que o rapaz se rendeu ao ser abordado pelos militares, mas que, mesmo assim, foi baleado. Os populares afirmam ter escutado os policiais dizendo entre eles que fizeram coisa errada, depois de serem questionados pelos moradores sobre Souza ter sido ferido. Questionada, a PM não respondeu sobre essa acusação.
"Ele estava indo trabalhar, por volta das 5h da manhã, que era a rotina dele. Passava por dentro da comunidade para cortar caminho até o ponto da condução dele, a que ele pega para ir para o trabalho. Aí ele foi abordado, levantou as mãos e disse que era morador para os policiais, mas eles não quiseram saber e atiraram. Depois que o policial viu que ele era trabalhador, eles falaram 'fizemos merda, baleamos um trabalhador, baleamos a pessoa errada'", contou um amigo e colega de trabalho da vítima, que preferiu não se identificar.
Souza estava com uma mochila com documentos, que foi encontrada pelos amigos jogado no mato. Os amigos contaram que o pintor tinha arranjado um emprego para um amigo da comunidade e que estava levando a carteira de trabalho e certidões da pessoa para a empresa efetuar a contratação.