Delegada Ana Lúcia da Costa Barros, investigada na Operação HeronReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), por meio da 1ª Vara Criminal Especializada (Organizações Criminosas, Milícias e Lavagem de Dinheiro), afastou do exercício das funções a delegada Ana Lúcia da Costa Barros, mulher de um dos presos na Operação Heron, uma ação conjunta da Polícia Civil, a Corregedoria da PM e o Ministério Público do Rio (MPRJ), no último dia 20. A força-tarefa identificou uma rede de servidores públicos ligados ao miliciano Francisco Anderson da Silva Costa, o Garça ou PQD. O criminoso é ligado à quadrilha de Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, considerada a maior milícia estadual. 
Desde a prisão do policial penal André Guedes Benício Batalha, a Polícia Civil investiga se a delegada usou sua autoridade para acessar o banco de dados para ajudar os milicianos. De acordo com os investigadores, a senha de Ana foi usada para obter detalhes de uma placa de carro a mando de Garça. Na decisão, o juiz Marcello Rubioli proibiu que a delegada exerça qualquer outra função pública, além de suspender seu porte de arma.
O magistrado destacou no documento o possível envolvimento da servidora com a quadrilha. "O Ministério Público requereu na cota da denúncia o prosseguimento de investigação para aprofundar o seu envolvimento com a organização criminosa. Revelou-se que, além de uma proximidade promíscua entre os agentes públicos e um dos mais violentos milicianos do Rio de Janeiro, até hoje procurado e com diversos mandados de prisão em aberto, aqueles prestavam valiosos e prestimosos serviços ao primeiro denunciado, desde informações privilegiadas e que apenas agentes de segurança possuem, prestação de contas, e até instruções de tiro e manuseio de armas de fogo", escreveu.
Presos na força-tarefa 
As investigações tiveram início pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) em fevereiro do ano passado quando, em outra operação para tentar prender Garça, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, cinco celulares foram apreendidos. Após análise dos dados, com autorização judicial, conversas via aplicativo de mensagem entre os servidores e o criminoso foram identificadas.
Armas, fardas e dinheiro foram encontrados na casa de Badaró, segurança de miliciano - Divulgação
Armas, fardas e dinheiro foram encontrados na casa de Badaró, segurança de milicianoDivulgação
Ao todo, sete pessoas foram presas: os agentes penitenciários André Guedes Benício Batalha, Alcimar Badaró Jacques, Ismael de Farias Santo, Wesley José dos Santos e Carlos Eduardo de Souza. Também foram realizadas as prisões do capitão da PM Pedro Augusto Nunes Barbosa e do tenente Matheus Henrique Dias França.
A defesa da delegada Ana Lúcia ainda não foi localizada. O espaço está aberto para manifestação.