Vice-reitor Cesar Augusto da Ros foi coagido a provar alimento fornecido no Campus SeropédicaReprodução / Redes sociais

Rio - Alunos da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) realizaram, na tarde desta quarta-feira (1), uma manifestação contra a qualidade de comida que tem sido distribuída no Campus Seropédica. O protesto aconteceu durante uma aula magna no prédio principal da universidade que contou com a presença do vice-reitor César Augusto da Ros. Em certo momento, ele foi coagido a comer uma quentinha entregue pelos estudantes.
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Segundo a universidade, a alimentação estava sendo distribuída no modelo "hot box" apenas para os bolsistas de permanência e alojados, o que prejudicava o restante dos alunos que necessitava do bandejão para permanecer na instituição. Sendo assim, após uma votação dos estudantes, a comida passou a ser entregue em quentinhas com o objetivo de atender a todos. Desde então, começaram as reclamações de que a qualidade piorou consideravelmente, incluindo alimentos possivelmente estragados e a presença de insetos.
O restaurante universitário do Campus Seropédica está em obra desde 2017. Duas empresas que venceram a licitação não cumpriram com as obrigações e tiveram seus contratos rescindidos. Com o atraso, a previsão é de que o restaurante fique pronto até agosto deste ano. Por isso, a Guelli, empresa responsável pela distribuição, passou a entregar as quentinhas para facilitar a mobilidade no recebimento. A estudante de economia Letícia Inácio, 21 anos, é apaixonada pela UFRRJ, mas não está satisfeita com a alimentação que tem recebido.
"A empresa tinha prometido que a qualidade permaneceria a mesma, a única diferença seria que a comida estaria em uma embalagem de quentinha para a gente conseguir entrar e sair do bandejão, sem lotar o espaço. A qualidade piorou muito, é um descaso da empresa. A gente vê os caminhões que chegam e que saem... É muito difícil. Tenho certeza que o maior problema é o descaso até mesmo com o cardápio, a comida sem tempero... Tiveram alguns relatos de formiga e comida azeda, o que acontece porque o transporte é muito inapropriado."
Procurada, a Guelli ainda não se manifestou sobre a situação. 
Em nota, a UFRRJ informou que os manifestantes foram recebidos pelo reitor Roberto Rodrigues, pelo vice-reitor César Augusto Da Ros e pela pró-reitora de Assuntos Estudantis, Juliana Arruda. "Com isso, houve um acordo para que a empresa Guelli Comércio e Indústria de Alimentação Ltda. seria informada e, de fato, ela se comprometeu a melhorar a qualidade dos alimentos servidos na marmita", informa o documento.
Segundo a UFRRJ, após avaliação da equipe técnica, a empresa recebeu uma solicitação para "retomar o atendimento da modalidade refeição transportada a partir de segunda-feira (6)". Entretanto, os alunos realizaram um novo protesto no dia seguinte. 
"Antes da aula inaugural do novo período de aulas, este grupo de estudantes manifestou-se de forma contundente e, forçosamente, pediu ao vice-reitor César da Ros que comesse uma das quentinhas. A UFFRJ entende que a liberdade de expressão é um direito de todos e que o diálogo é importante característica de uma instituição pública de educação. E espera que os próximos encontros com estudantes, mesmo que ocorram a título de protesto e insatisfação, sejam mais igualitários e respeitosos", completou.