Vacina contra a varíola comum: por enquanto são oito casos no paísADRIANA TOFFETTI/ATO PRESS

Rio - O segundo caso de varíola dos macacos foi confirmado, na noite deste domingo, no Estado do Rio de Janeiro, pelo Ministério da Saúde. De acordo com a pasta, o paciente é um homem de 25 anos, morador de Maricá, na Região Metropolitana. Esse é o oitavo diagnóstico positivo no país.
O jovem, que não teve a identidade revelada, não viajou ao exterior, mas teve contato com estrangeiros, informou o Ministério da Saúde. Ele apresenta quadro clínico estável e está sendo monitorado pelo Instituto Nacional de Infectologia e pelas secretarias de Saúde estadual e municipal.
"Todas as medidas de contenção e controle foram adotadas imediatamente após a comunicação de que se tratava de um caso suspeito da doença", disse o Ministério da Saúde.
O primeiro caso registrado no estado foi na cidade do Rio de Janeiro. Um homem de 38 anos residente em Londres, que chegou ao Brasil em 11 de junho. Ele procurou atendimento médico no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz) no dia seguinte da sua chegada.
De acordo com a SMS, amostras clínicas foram encaminhadas ao Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), referência nacional, e o resultado positivo para a doença foi liberado na última terça-feira (14).
No Brasil, o primeiro caso de varíola dos macacos foi confirmado na cidade de São Paulo, no dia 8 de junho. O paciente, um homem de 41 anos que chegou de viagem da Espanha, foi colocado em isolamento no Instituto de Infectologia Emílio Ribas.
A infectologista Tânia Vergara disse que há motivos para preocupação, mas para pânico, não. "A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas. O que está indicado para prevenção de contágio é a necessidade de isolamento dos casos suspeitos. A higiene frequente das mãos também é importante, disse a médica, que ainda alerta:
"Uma mensagem importante é que não se deve matar os macacos. Eles são vítimas e nos servem como sentinela. Todos os mamíferos são susceptíveis, incluindo os roedores. A disseminação da doença que está ocorrendo agora pelo mundo está relacionada com contatos humanos".
Para Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, é preciso manter um sistema de vigilância para detecção precoce dos casos e orientação aos serviços de saúde para aumentar a suspeição para que sejam detectados e encaminhados para as unidades de referência para diagnóstico.
Chebabo afirmou que evitar a transmissão é complicada quando o número de casos aumenta muito. Segundo ele, hoje ainda é possível esse rastreamento, mas se o número de casos aumentar muito, fica difícil conseguir rastrear todos os casos.
"As informações que temos é de que houve transmissão por contato com estrangeiro. Mas não está claro se esse estrangeiro tinha sintomas da doença. De qualquer forma, ainda não configura transmissão comunitária, mas já preocupa pela possibilidade de em breve isto poder ocorrer", disse Chebabo.
A doença
A varíola dos macacos é uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo, íntimo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. Esse contato pode ser, por exemplo, um abraço, beijo, massagens, relações sexuais ou secreções e mucos da pessoa infectada.
Os sintomas iniciais costumam ser febre, dor de cabeça, dores musculares, dor nas costas, gânglios (linfonodos) inchados, calafrios e exaustão. Em geral, entre 1 a 3 dias após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.