Patrulha Maria da Penha completa três anos com mais de 133 mil atendimentos. Na foto, nova viaturaDivulgação

A Lei Maria da Penha, que visa proteger mulheres da violência doméstica, completa 16 anos neste domingo, dia 7. Seu aniversário ocorre, no entanto, com uma estatística preocupante: o feminicídio, em seis meses, teve aumento de 18,75% no Estado do Rio em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP), de janeiro a junho deste ano foram 57 mulheres mortas. Em 2021, no primeiro semestre, foram 48 casos.
As tentativas de feminicídio também aumentaram no período, subindo 11,07%. Em 2021, de janeiro a junho, foram 128 tentativas de feminicídio. Já no mesmo período deste ano, foram contabilizadas 143.
Segundo a Polícia Militar, ao longo do tempo, as ocorrências de crimes contra a mulher se mantêm como primeiro lugar no ranking de ligações e acionamentos do 190, o que corresponde, nos primeiros cinco meses de 2022, a 25.684 dos atendimentos, representando 24,5% do total de despachos de viaturas. A corporação informou ainda que, em segundo lugar em acionamentos, vem o crime de ameaça, com 12,9% do total de atendimentos. A PM anunciou que irá reforçar a Patrulha Maria da Penha com 14 novas viaturas.
A diretora das Delegacias de Mulheres do Rio de Janeiro, Gabriela Von Beauvais, declarou que, para dar uma resposta imediata ao aumento do número de mulheres mortas, foi decretado um ato normativo que cria parceria entre as unidades das Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM) e as de homicídio do estado. "Quando o feminicídio é consumado, quem assume a investigação é a Delegacia de Homicídio. Fizemos parceria com esse departamento com a ideia de achar os culpados e ter uma atuação mais eficaz", disse Gabriela.
O ato normativo de número 48.166 implementa o Núcleo de Feminicídios, nas Delegacias de Homicídio. Além disso, também foi criado o Núcleo de Desaparecimento de Meninas e Mulheres em Decorrência de Gênero, na Delegacia de Descoberta de Paradeiros, e nos Setores de Descobertas de Paradeiros (SDPs), que vão ser subordinados às DHs. Um Centro de Estudos e Pesquisas de Violência de Gênero foi formado com o objetivo de fornecer as informações e dados de violência de gênero ocorridos no estado do Rio.