O evento contou ainda com vacinação antirrábica promovida pelo Ivisa-Rio e distribuição de senhas para castração de cães e gatos, além de outras açõesBeth Santos/prefeitura do rio
Rio é primeira cidade do país a aceitar cachorros e gatos em mercados
Com base nas normas do novo decreto publicado na sexta-feira (05), no Diário Oficial, a Asserj lançou neste sábado (06) o selo Super Pet para os estabelecimentos que desejam aderir à prática
Rio - Seu companheiro de quatro patas agora poderá te acompanhar no supermercado. Com base no novo decreto publicado na sexta-feira (05), no Diário Oficial do Município do Rio, a Associação de Supermercados do Estado (Asserj) lançou neste sábado (06) o selo Super Pet para os estabelecimentos que desejam aderir à prática "pet friendly", que em tradução livre quer dizer "amigos dos animais" e que são locais onde os bichinhos são bem-vindos. O evento aconteceu em um supermercado na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, e contou com a presença do prefeito Eduardo Paes, do secretário municipal de Saúde, Rodrigo Prado, além da presidente do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (Ivisa-Rio), Aline Borges, e do presidente Asserj, Fábio Queiróz.
Com o decreto, o Rio se torna a primeira cidade do Brasil a permitir a entrada e circulação de animais domésticos nestes estabelecimentos. "Essa é uma medida tomada com todos os cuidados, não há qualquer risco sob o ponto de vista de vigilância sanitária. Ficamos muito felizes de fazer com que nos supermercados da cidade do Rio de Janeiro as pessoas possam fazer as compras e levar seus pets", ressaltou o prefeito Eduardo Paes.
O evento contou com vacinação antirrábica promovida pelo Ivisa-Rio e distribuição de senhas para castração de cães e gatos. Também foram aplicados microchips nos pets para identificação e rastreio, além da presença de animais das unidades públicas de medicina veterinária que estão disponíveis para adoção responsável.
Para o presidente da Asserj, Fábio Queiroz, a iniciativa vai auxiliar os tutores, que muitas vezes precisam conciliar o passeios dos animais com as compras. "A cultura pet friendly está cada vez mais disseminada na cidade, portanto, nada mais natural do que os supermercados também abrirem suas portas para os animais domésticos", disse, lembrando inclusive da segurança que a medida pode trazer aos bichos: "muitas pessoas deixam seus animais presos na entrada dos mercados enquanto fazem suas compras, correndo o risco de serem roubados ou sofrer um acidente. A iniciativa visa atender a esta grande parcela de consumidores".
O Brasil tem a segunda maior população de cães, gatos e aves canoras e ornamentais em todo o mundo e é o terceiro maior país em população total de animais de estimação, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São 54,2 milhões de cães e 23,9 milhões de gatos, além de peixes, aves e outras espécies. O total é de 139,3 milhões de pets. Como a população já chega a 213 milhões de habitantes, o número de pets representa mais da metade dos brasileiros.
Ainda de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013) feita pelo IBGE, 44,3% dos domicílios do país possuem pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. O IBGE estimou a população de cães em domicílios brasileiros em 52,2 milhões, o que dá uma média de 1,8 cachorro por domicílio.
Quem ainda torce o nariz para a nova medida pensando na saúde e higiene do local, pode ficar tranquilo. O decreto estabelece diversas normas e parâmetros, entre elas, a proibição, por exemplo, da entrada com cães sem coleira ou sem focinheira (dependendo do porte) ou, no caso de gatos, fora de caixa adequada para transporte. Além disso, oferecer água ou comida aos animais dentro do supermercado também será proibido. Os tutores também deverão apresentar certificado de vacinação e comprovante de vermifugação.
"Fizemos um decreto com bastante normas técnicas, mas que não burocratizou essa questão. O importante é o supermercado adequar a sua unidade em termos de higiene e limpeza", esclareceu o secretário de Saúde Rodrigo Prado. Os estabelecimentos poderão ainda instalar áreas de recreação para os animais, sob a supervisão constante de colaborador, disponibilizar carrinhos específicos para carregar as compras e os pets e oferecer água potável em ambiente específico.
A presidente do Ivisa-Rio Aline Borges garante que a iniciativa é positiva, tanto para os bichos, quanto para as pessoas. "Muita gente pode não fazer ideia disso, mas a saúde animal é um tema fundamental para a Vigilância Sanitária. Até porque sabemos que zelar pelos animais também é zelar pelo nosso próprio bem-estar. E é por isso que essa integração cada vez maior com os nossos animais é algo tão positivo", salientou.
A estagiária de Jornalismo Ana Flávia Pilar, de 21 anos, é dona de quatro gatos. Para ela, a medida é interessante, mas pode impactar donos de cachorros e gatos de maneiras diferentes. "Gato são bichos mais ariscos a ambientes que não conhecem, eles rejeitam com mais facilidade. Já os cachorros, não", explicou.
Questionada se levaria seus gatinhos consigo na próxima compra, a resposta foi negativa. "Meus gatos são muito medrosos, bichos do mato, exceto o RuPaul, que é um dos meus gatinhos mais novos. Mas, como ele é cego, os barulhos do supermercado poderiam atrapalhá-lo e assustá-lo um pouco. Os outros não perceberiam o mercado como um ambiente seguro, mesmo que eu estivesse com ele", disse.
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