Julia Naspolini, filha de Susana Naspolini, fala com a imprensa após o velório da mãe Cléber Mendes / Agência O Dia

Rio - A força que Júlia mostrou durante todo velório da mãe, Susana Naspolini, na igreja do cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, nesta sexta-feira, foi surpreendente. A jovem de 16 anos se manteve firme a todo momento, recebeu o carinho de fãs, amigos e familiares da jornalista, que morreu aos 49 anos, na noite desta terça-feira (25), vítima de câncer, e ainda fez questão de falar com a imprensa minutos antes de deixar o local. A estudante ressaltou o amor da mãe pelo trabalho, disse que gostaria que a repórter do 'RJTV' fosse lembrada com alegria e afirmou ter se emocionado com a homenagem feita pela Prefeitura do Rio, que dará o nome de Susana ao Parque Realengo, na Zona Oeste do Rio.
"Fiquei muito emocionada com isso. A mamãe amava o que fazia. Ela estava morrendo de saudade de trabalhar. Falei para alguns colegas, que ela conheceu no trabalho e vieram aqui, que ela ia feliz para o trabalho mas voltava ainda mais feliz. O bem que ela fez, as pessoas que ela conseguiu ajudar com o trabalho dela, torna eterno o que ela fez. Me deixa feliz também saber que ela vai ser eterna de alguma forma pra todo mundo, que as pessoas não vão esquecer a alegria dela", afirmou. 
A jovem também lembrou da força e generosidade de Naspolini. "Não era fácil, muitas vezes era muito difícil pra ela, mas mesmo com toda a dificuldade que a vida trouxe pra gente, ela sempre estava com um sorriso no rosto, querendo ajudar os outros. Minha mãe era a pessoa mais generosa que conheci. Desde as pequenas coisas até as maiores. Queria que ela fosse lembrada desta forma: como essa pessoa alegre, que, mesmo com as dificuldades, sempre teve um sorriso no rosto e nunca perdeu a alegria de viver. Sempre lutou pra viver, para estar comigo. Que o sorriso dela seja lembrado sempre", desejou.
As homenagens feitas à Susana surpreenderam Júlia, que não tinha noção do quanto a mãe era querida: "Sabia que minha mãe era uma pessoa querida, mas eu não tinha noção da dimensão. Todas as homenagens... Tem muita coisa no meu celular, Instagram, whatsapp, estou vendo tudo aos poucos. Mas o pouco que vi, o carinho que recebi hoje, de muitos amigos meus, da minha mãe, do meu pai, de pessoas que eu nunca tinha visto na minha vida... As pessoas vieram, me deram abraço, flor, terço, palavra amiga, elogiaram minha mãe. Todas as homenagens que vi na TV,  no Instagram, com certeza, me confortam. Saber que ela tão queria e amada por todos, deixam um pouquinho melhor". 
Filha de dois grandes jornalistas, Susana e Maurício Torres, que faleceu, em 2014, devido a falência múltipla de órgãos decorrente de quadro infeccioso, Júlia conta se vai seguir a profissão dos pais. "Não sei. Tenho tempo para decidir. Mas é uma possibilidade que penso, desde pequena todo mundo falava isso já. É uma coisa que penso muito e gostaria muito. É um peso seguir eles dois, não seria fácil, tenho muito orgulho dos dois, muito mesmo". 
O corpo de Susana Naspolini foi velado na igreja do cemitério São João Batista, em Botafogo, na Zona Sul do Rio, na manhã desta sexta-feira. A cerimônia, aberta ao público, começou por volta das 8h, e terminou um pouco depois das 16h. Amigos, fãs e familiares estiveram no local para se despedir da repórter do "RJTV". Entre eles estavam a mãe da jornalista, Dona Maria, de 78 anos, os irmãos de Naspolini, Samuel e Samira, e amigos, como Bete Lucchese, Pedro Bassan, Pedro Figueiredo e Edmilson Ávila. Na noite desta quinta-feira, o corpo da jornalista será translado para Criciúma, em Santa Catarina, onde será sepultado.