Dados foram obtidos através do Índice Nacional de Reciclagem Latas de Alumínio para Bebida e divulgados pela Recicla LatasDivulgação / Recicla Latas.

Rio – Nos últimos dez anos, a reciclagem de latinhas no Brasil evitou a emissão de 15 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE). Só em 2021, 1,9 milhão de toneladas desses gases foram impedidos de chegar ao meio ambiente, enquanto o país fez história na reciclagem das latinhas, reciclando cerca de 33 bilhões, ou seja, 98,7% do total consumido. O índice é o maior patamar atingido desde 1990, quando começou a ser calculado e divulgado.

Os dados foram obtidos com base nas informações do Índice Nacional de Reciclagem Latas de Alumínio para Bebida e levantados e divulgados pela Recicla Latas, organização responsável pelo aperfeiçoamento da logística reversa das latas de alumínio para bebidas do Brasil.

"O aperfeiçoamento contínuo do sistema de reciclagem das latinhas permite que o Brasil se mantenha como referência em economia circular", explica Renato Paquet, secretário executivo da Recicla Latas, que vê nos números o sucesso desse modelo de reciclagem.
Para ele, além de autossuficiente, esse modelo está consolidado, possui alcance nacional e obtém resultados cada vez mais expressivos: "Com isso, conseguimos contribuir para a descarbonização, com benefícios sociais ao envolver contingente de mais de 800 mil catadores no processo, além de injetar bilhões na economia anualmente."

Outro ponto que merece destaque no levantamento é a quantidade de energia elétrica poupada com a reciclagem das latas. Ainda de acordo com a organização, a energia economizada anualmente é mais que suficiente para o consumo residencial de um estado como Goiás por igual período.

Números animadores

Comparando os índices de 2021 com 2020, houve um crescimento de 2 bilhões de latas recicladas (1,3 pontos percentuais), assim como no consumo das latinhas de alumínio para bebidas no Brasil. Segundo dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas) o setor cresceu 5,2% de 2020 para 2021, alcançando 33,4 bilhões de latas consumidas. Analisando a década (2011 - 2021), os dados apontam que o aumento no consumo da embalagem foi de mais de 80%.

Apesar desse crescimento no consumo da embalagem, o Brasil foi capaz de atingir marcas históricas de reciclagem. O investimento total em novas unidades fabris de latinhas soma R$ 5 bilhões entre 2021 e 2023, embora mais de R$1 bilhão tenham sido investidos nos últimos 5 anos para aumento da capacidade de laminação e reciclagem. Além de todo o investimento, o sistema de reciclagem de latas de alumínio do país conta com 36 centros próprios de coleta, além de uma ampla rede de parceiros da Recicla Latas.

"Graças aos esforços conjuntos de toda a cadeia de suprimento, e dos investimentos da indústria do alumínio na modernização do setor e na ampliação dos centros de coleta e reciclagem, há mais de dez anos a média nacional de reciclagem de latas de alumínio se encontra em patamar superior a 97%", destacou Paquet, acreditando que tudo passa pelo investimento e o cuidado de quem está envolvido com essa cadeia de reciclagem.

"Acreditamos que essa é uma vitória de todos os envolvidos no bem-sucedido sistema de reciclagem brasileiro, no qual fabricantes e recicladoras são parte fundamental do processo para garantir a preservação das nossas áreas verdes e um futuro melhor', completa.