O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Elton LemePaulo Sergio Costa/Agência O Dia

Rio - O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), desembargador Elton Leme, concedeu uma coletiva, na tarde deste domingo (30), na sede do órgão, no Centro do Rio. Ele classificou o andamento das eleições como "normal" e não acredita em adiamento do horário de encerramento, previsto para às 17h.
O desembargador, que votou no Colégio Santa Monica, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, disse não ter identificado filas na escola, nem recebeu relatos de problemas em outros pontos de votação.
Ele credita essa redução ao treinamento recebido pelos mesários e a facilitação das entradas na urna. "Os mesários foram treinados para identificar eventuais problemas e atuar imediatamente. Isso permitiu o escoamento rápido de eleitores nas seções", disse.
Segundo Elton, a única preocupação do órgão é com a possibilidade de chuvas torrenciais para a cidade de Petrópolis, na região Serrana.
O desembargador confirmou que o órgão recebeu denúncias de problemas envolvendo coletivos que levariam eleitores para as seções eleitorais, no entanto, elas não foram confirmadas. "Nós recebemos essas denúncias, inclusive na capital. Enviamos agentes para fiscalização in loco e eles não encontraram nenhuma irregularidade", afirmou.
Ele citou a cidade de São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, onde moradores reclamaram da retirada de coletivos de circulação, o que teria atrasado a chegada de muitos eleitores às seções. "Nós ficamos muito atentos a essa região, que tem um problema sensível de segurança pública, e enviamos um reforço para essa questão. Mas nenhuma denúncia envolvendo os ônibus foi confirmada", disse.
O desembargador confirmou algumas prisões durante o dia, mas garantiu que nenhuma envolveu assédio eleitoral. “Tivemos alguns casos isolados como um eleitor em Campos que fotografou a urna, uma mesários em Niterói com um comportamento incompatível com a função”, relatou.
Enquanto no primeiro turno, duas prisões foram registrada, no segundo turno, 22 pessoas foram detidas. O desembargador creditou essas prisões à “intolerância da sociedade”.
"As ocorrências não tinham um padrão, em sua maioria eram de pessoas que acordaram de mal humor e resolveram levar problemas para as seções”. Segundo Elton, a maior parte dos problemas aconteciam devido aos “ânimos exaltados”, ou por quebra do sigilo do voto. “A última detenção foi de um mesário, que ao fim do serviço, foi à cabine votar e registrou o próprio voto, o que é um crime”, contou.
Segundo ele, o universo de urnas trocadas foi muito menor que no primeiro turno. “As máquinas ficam paradas por quatro anos, é natural, que mesmo realizando manutenção, alguma volte a apresentar defeito. Mas o órgão agiu prontamente na substituição, e não afetou a operação”, contou. 
De acordo com Leme, foram 538 urnas substituídas ao redor do estado: “A substituição das urnas não afetou as operações. Nós identificamos que os modelos 2010 e 2011, apresentavam mais problemas, então foi mais rápido realizar a troca”, disse.
O desembargador ressaltou que a apuração no estado deve terminar cedo, apesar de algumas cidades como Teresópolis estarem demorando a computar os votos. Segundo ele, existe um “congestionamento” na transmissão dos dados pelo sistema do TSE. “Assim que esses dados forem transmitidos, podemos dizer que o nossa missão foi cumprida”, concluiu.
Questionado sobre operações das polícias que estariam impedindo eleitores de votarem, ele negou e afirmou que qualquer ação policial foi em decorrência da atividade da corporação. “Recebemos relato de blitz na Avenida Brasil. Como estou acompanhado do Comandante Geral da Pmerj no gabinete, solicitei averiguação e fui informado que se tratava de uma perseguição devido a um roubo de carro na avenida BR-040”, declarou. “Se a PM está na rua e presencia um crime, ela precisa agir, e isso nada tem a ver com as eleições. Eu entendo que os motoristas possam confundir, mas não foi um bloqueio de pista” acrescentou.
Sobre a chegada da delegação rubro-negra ao aeroporto do Galeão , após o título da Copa Libertadores, Elton parabenizou a diretoria que organizou o deslocamento da delegação por meio de helicópteros e impediu impacto no trânsito naquela região.
Questionado se o encontro do presidente Jair Bolsonaro configuraria crime eleitoral, devido à presença de comboio de carros, ele descartou: "O presidente sempre vai contar com pelo menos dois carros no comboio de seguranças. Se ele precisar de mais um carro para assessores, não caracteriza carreata", afirmou.
Outra a se pronunciar foi a Procuradora Regional Eleitoral, Neide Oliveira, que fez um balanço das ocorrências durante o dia. De acordo com Neide, o órgão também recebeu denúncias de operações policiais e redução nos coletivos, o que foi negado pela Polícia Militar. Também não foi registrada alteração na circulação de coletivos.
Ela destacou que a Policia Federal registrou uma prisão em flagrante, por ameaça e desacato, e nove termos circunstanciados, por desordem, quebra do sigilo eleitoral, boca de urna e ameaça. Já a Polícia Militar registrou 32 ocorrências, que foram conduzidas para as delegacias das regiões. Já a PRF não registrou crime eleitoral.