Flordelis e mais quatro réus são julgados pela morte do pastor Anderson do CarmoBrunno Dantas/TJRJ
"Ela estava bem calma. A cara dela, aliás, era de satisfação. Teve até umas ligações que ela fez, em que ela fingiu choro e depois ficava tudo normal", lembrou.
O MPRJ questionou ainda se a família possuía algum lema, e Raquel confirmou: “O lema era negar até a morte”.
A testemunha comentou também sobre o caso dos cachorros da casa da família terem sido dopados. "Na minha opinião, eles estavam dopados. Estavam muito lentos, esquisitos. Eles não eram assim. Quatro dias depois , um deles morreu. Enterraram ele no quintal lá da casa. O médico até falou que estava na cara que os cachorros estavam dopados, mas aqui no Brasil não tinha o exame que poderia comprovar", informou.
Sobre os comentários na casa em relação aos planos para a morte do pastor, ela disse que ouviu a Isabel, filha adotiva de Flordelis, falar sobre o assunto. "Eu ouvi da Isabel. Eu estava conversando com ela, fomos para o quarto dela e ela disse: 'Minha mãe quer matar meu pai'. Então perguntei: 'Mas porque Isabel?'. E ela disse que seria porque ele (Anderson) estava fazendo muita merd*, mas eu falei para ela que devia contar para ele. Ela falou que não ligava e queria mais era que ele morresse mesmo", contou.
Envenenamento
Raquel relembrou as tentativas de envenenar Anderson. "Ela (Cristiane, filha adotiva) tomou um suco que era para o Anderson e foi parar no hospital. Quase morreu. Teve o episódio da Taiane, que bebeu o iogurte e foi parar no hospital. Os dois eram para o Anderson. Depois que soube que minha mãe passou mal, a Flordelis chegou a falar que se tivessem avisado ela, isso não teria acontecido", relatou.
Logo depois do crime, a ex-deputada relatou que se tratava de uma tentativa de assalto. No velório, Flávio dos Santos, filho biológico de Flordelis, foi preso apontado como autor dos disparos que mataram o pastor. Enquanto, Lucas dos Santos de Souza, filho adotivo da pastora, foi preso horas depois do irmão, acusado de ter conseguido a arma do crime. A pistola foi encontrada na casa da família.
As investigações demonstraram que, antes mesmo da execução, o grupo já vinha tentando matar a vítima por envenenamento. A motivação do crime, segundo as autoridades, foi o controle que a vítima fazia das finanças e a administração rigorosa da casa, o que desagradava ex-parlamentar e outros integrantes da família.
Flordelis foi presa em sua casa, em Niterói, por volta das 18h40 do dia 13 de agosto de 2021, pela Polícia Civil do Rio. Ela foi levada para a Delegacia de Homicídios de Niterói, onde chegou por volta das 19h15. De lá, a ex-deputada seguiu para o Instituto Médico Legal de Niterói, onde passou por um exame de corpo de delito, e depois foi para Benfica, na Zona Norte do Rio.
Já a filha biológica, Simone dos Santos Rodrigues, e os filhos adotivos Marzy Teixeira da Silva e André Luiz de Oliveira poderão responder por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio e associação criminosa armada. Enquanto, a neta Rayane dos Santos Oliveira, por homicídio triplamente qualificado e associação criminosa armada.
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