João Pedro Mattos tinha 14 anos e foi morto durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo. Ele brincava com os amigos dentro de casa, quando foi atingido por um tiro de fuzilReprodução
Caso João Pedro: Justiça do Rio realiza segunda audiência nesta quarta-feira
Jovem foi atingido por um disparo de fuzil na barriga durante uma operação conjunta no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, e socorrido de helicóptero, mas não resistiu
Rio - A Justiça do Rio realiza nesta quarta-feira (16), a partir das 13h30, na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, a segunda audiência de instrução do caso de João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos. O adolescente foi morto com um tiro de fuzil durante uma operação conjunta entre Polícia Civil e Federal em maio de 2020 no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio.
Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister, policiais civis lotados na Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), são acusados pelo crime de homicídio qualificado. Eles respondem ao crime em liberdade.
Na primeira audiência, realizada no dia 5 de setembro, oito testemunhas foram ouvidas pela juíza Juliana Grillo El-Jaick. Ao todo, devem ser ouvidas 16 testemunhas de acusação e 26 de defesa.
A primeira a falar foi a perita da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro Maria do Carmo Gargaglione, responsável pelo relatório técnico da reprodução simulada do caso.
O pai de João Pedro, Neilton da Costa Pinto, foi a segunda testemunha a falar. O homem contou que trabalhava em um quiosque quando soube do tiroteio.
"Cheguei no local e encontrei cinco jovens na calçada. Perguntei onde estava o João Pedro e meu sobrinho respondeu que ele tinha sido baleado pela polícia. Só fui saber o que tinha acontecido com meu filho, no dia seguinte, quando soube que o corpo dele estava no IML", disse o pai da vítima.
Além dos dois, mais seis pessoas foram ouvidas: cinco adolescentes que estavam com a vítima e a dona do imóvel onde o caso ocorreu.
Em junho deste ano, o Estado do Rio de Janeiro foi condenado a pagar uma pensão indenizatória à família do adolescente João Pedro. A Justiça determinou que o Rio de Janeiro faça um pagamento mensal de 2/3 do salário-mínimo aos pais de João Pedro.
O valor deve ser dividido igualmente entre a mãe e o pai, até o dia em que João Pedro completaria 25 anos. Depois disso, o Estado deverá pagar 1/3 do salário-mínimo aos pais até a data em que o menino completasse 65 anos.
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