Falta de refrigeração nos hospitais. Na foto, Hospital Albert Schweitzer. Estefan Radovicz/ Agência O Dia

Rio - Parentes de pacientes internados no Centro de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Municipal Albert Schweitzer, em Realengo, Zona Oeste do Rio, afirmam que o 4º andar da unidade continua sem ar-condicionado e que o calor está tornando o ambiente insustentável. Ao Dia, um dos parentes que denuncia as péssimas condições de internação, disse que na manhã desta quarta-feira (18) um termômetro digital levado por ele no horário de visita marcou 49 ºC dentro do CTI. A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS-Rio) nega falha de climatização no CTI.
A denúncia é do administrador Anderson Oliveira, que está com tio internado há 13 dias no hospital. Com medo de uma possível retaliação por parte da administração da unidade, Anderson pediu para que o nome do paciente não fosse mencionado na reportagem. "O CTI está sem ar condicionado desde o dia 1º de janeiro, também não há nenhum aparelho funcionando no sistema central de ar. Quando vamos visitá-lo, a gente fica revezando e levamos um monte de toalha molhada para colocar em cima dele para tentar ajudar a refrescar. Está insustentável", disse Anderson.
A situação se torna ainda mais dramática se considerado que a sensação térmica registrada no último sábado (14), domingo (15) e segunda-feira (16) ficou na faixa de 50 °C
A notícia da falta de ar condicionado no Albert Schweitzer já havia sido denunciada pelo o Dia no dia 4 de janeiro. Na ocasião, a direção do hospital confirmou que o aparelho de ar condicionado central havia apresentado defeito no dia 1° de janeiro, mas o concerto foi feito no dia 4.
Sobre as denúncias desta semana, a SMS-Rio voltou a informar que "o aparelho de ar condicionado que havia apresentado defeito no início do mês foi consertado e a refrigeração foi restabelecida no dia 4 de janeiro".
Infestação de pombos também preocupa
Ainda segundo Anderson, além da falha de climatização no CTI, os pacientes internados passam o dia sentindo um forte cheiro de fezes de pombos. "Os pombos vêm de um prédio anexo ao hospital e o cheiro de fezes corre pelos dutos de ar. Com a temperatura alta, o cheiro fica mais forte. Fica insuportável respirar dentro do hospital. Eu mesmo tenho entrado esses dias de máscara porque o cheiro é absurdo, não tem como", se indignou o administrador.
Uma foto tirada por Anderson, no dia 4 de janeiro, mostra um pombo que construiu um ninho no prédio. "É absurdo ser paciente ou acompanhante dentro do Hospital Albert Schweitzer. No sábado passado foi presenciado uma revoada de pombos saindo do telhado de um prédio pequeno de alvenaria onde estão fazendo uma obra no estacionamento do hospital. Era tanto pombo que quando saíram sujou completamente uma menina que estava transitando nesta passagem. Infelizmente neste prédio fica a sala de materiais, como papel higiênico, papel toalha e materiais de limpeza, que podem ser contaminados", relata Anderson.
Questionada sobre uma possível infestação de pombos no hospital, a SMS-Rio também negou a informação. 'Não há infestação de pombos na unidade. No início de dezembro, uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no local e apontou medidas para melhoria no controle da presença das aves. Desde então, foram realizados serviços para o fechamento dos espaços onde as aves poderiam ter acesso e a higienização do espaço tem sido realizada regularmente", afirmou a secretaria.