Família de João Pedro faz protesto no Fórum de São Gonçalo pela morte do adolescentePedro Ivo/Agência O Dia

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pediu para que os três policiais acusados pela morte do jovem João Pedro Matos Pinto sejam levado a júri popular. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (24), pelo órgão. O adolescente foi assassinado dentro de casa, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, durante uma operação policial em maio de 2020.
João Pedro Pinto foi assassinado dentro de casa, no Complexo do Salgueiro, durante operação policial - Reprodução
João Pedro Pinto foi assassinado dentro de casa, no Complexo do Salgueiro, durante operação policialReprodução
Os agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando Meister, são réus por homicídio e fraude processual. Os três já foram ouvidos em setembro do ano passado e aguardam julgamento.
Para o defensor público Luís Henrique Zouein, há provas suficientes para que a Justiça determine que os réus sejam submetidos ao júri popular. "Estamos muito confiantes, há uma perícia produzida pelo Ministério Público que demonstra que a versão dos policiais é impossível de ter acontecido na prática, e existem testemunhas que presenciaram e vivenciaram os fatos prestando depoimentos coerentes e harmônicos", disse Zouein no ano passado durante uma audiência na sede do Ministério da Igualdade Racial, em Brasília.
"Há um conjunto de provas técnicas, perícias e testemunhas nos autos que fazem a acusação ser muito robusta. Houve o uso abusivo e criminoso da força pelos acusados. Foram mais de 70 disparos de armas de fogo e duas granadas disparadas dentro da casa em que estavam as crianças e adolescentes, sem que houvesse qualquer relato de confronto naquela localidade", completou o defensor.
Relembre o caso
João Pedro jogava videogame com mais cinco amigos na casa do tio, quando, segundo testemunhas, os agentes entraram atirando. O adolescente foi atingido por um disparo de fuzil na barriga e socorrido de helicóptero, mas não resistiu aos ferimentos.
Na ocasião, seu corpo chegou a ficar desaparecido, sendo encontrado horas depois pela família no Instituto Médico Legal (IML). Investigações apontaram ainda que a casa do tio do jovem, onde ele estava quando foi atingido, ficou com mais de 70 marcas de tiros.