Rio - A família de João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, está a procura do estudante, desde a tarde desta segunda-feira, quando ele foi baleado e colocado em um helicóptero da Polícia Civil durante uma operação na Praia da Luz, na Ilha de Itaoca, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do estado. A mobilização sobre o desaparecimento do jovem fez com que a hashtag #procurasejoaopedro se tornasse o assunto mais falado no Twitter, nesta manhã.
De acordo com um primo, que não quis se identificar, João Pedro estava brincando no quintal de casa com outros primos menores, por volta das 14h, quando bandidos pularam o muro da residência para correr dos policiais.
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"Os policiais pularam atrás dos traficantes e entraram atirando. Todo mundo se jogou no chão, mas o João foi atingido na barriga", conta o primo, dizendo que na mesma velocidade que pularam para dentro do quintal, os bandidos saíram por outro muro.
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Ainda segundo o parente, quando os policiais invadiram o quintal deles, os primos falaram que João não era envolvido com o crime.
"Mas os policiais rapidamente pegaram ele e o colocaram dentro do helicóptero. O pessoal foi tentar ir atrás, mas o policiais não deixaram e ainda o ameaçaram, dizendo que se eles saíssem iriam atirar", afirma, denunciando ainda que os agentes modificaram o local para que o primo fosse incriminado.
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Depois que os policiais deixaram o quintal, a família de João Pedro se dividiu para procurá-lo em hospitais da região, em vão. Uma tia enfermeira teve a informação de que um adolescente com as mesmas características dele deu entrada no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, mas viram que não se tratava dele quando foram até lá. Eles também chegaram a ir no Hospital da Lagoa, na Zona Sul da capital, após outro relato.
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"A gente então procurou a Delegacia de Homicídios de Niterói, onde nos orientaram a ir ao IML de Tribobó", conta o primo, dizendo que eles não chegaram a ir até o local ontem, pois já estava fechado pelo horário. A família pretende ir ao IML ainda nesta manhã.
Perguntado sobre como é João Pedro, o primo diz que ele é uma pessoa "que tem boca, mas não fala". O estudante mora com a mãe, o pai e uma irmã de três anos.
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"Ele é nascido e criado na igreja, fazia parte do grupo jovem. A vida dele é escola, porque a mãe é professora, e ajudar a minha tia com a minha prima pequena", detalha, dizendo que o primo faz 15 anos no dia 25 de junho e que, pelo porte físico, facilmente seria confundido com um adolescente mais velho.
— Jornal O Dia (@jornalodia) May 19, 2020
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INVESTIGAÇÃO
Procurada pelo DIA, a Polícia Civil disse que a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSGI) instaurou um inquérito para apurar a morte de um adolescente na região. A corporação disse ainda que a DHNSGI fez a perícia no local e que duas testemunhas prestaram depoimento na delegacia.
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"Os policiais foram ouvidos e as armas apreendidas para confronto balístico. Outras diligências estão sendo realizadas para esclarecer as circunstâncias do fato", afirmou, em nota.
A Polícia Civil disse, ainda, que a operação na região foi para cumprir dois mandados de busca e apreensão contra lideranças da facção criminosa que age na comunidade.
A Polícia Civil disse, ainda, que a operação na região foi para cumprir dois mandados de busca e apreensão contra lideranças da facção criminosa que age na comunidade.
"Durante a ação, seguranças dos traficantes tentaram fugir pulando o muro de uma casa. Eles dispararam contra os policiais e arremessaram granadas na direção dos agentes. No local foram apreendidas granadas e uma pistola", a corporação acrescentou.
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A Polícia Federal, que também participou da ação, foi procurada, mas ainda não se manifestou.
