Lívia Moura, irmã do ex-jogador Léo Moura, foi presa nesta terça-feira (13)Reprodução

Rio - A Justiça do Rio manteve após audiência de custódia, realizada nesta quarta-feira (14), a prisão de Lívia da Silva Moura, irmã do ex-jogador de futebol Léo Moura, acusada de vender ingressos falsos para camarotes da Marquês de Sapucaí.
A decisão foi do juiz Alex Quaresma Ravache. O magistrado entendeu que o mandado de prisão temporária contra a mulher e o ato prisional não tiveram ilegalidades.
Lívia foi presa na manhã de terça-feira (13), em casa, na Estrada dos Três Rios, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, pelos crimes de estelionato e associação criminosa. De acordo com a denúncia do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ), ela foi acusada por diversas pessoas de vender credenciais falsas ou inexistentes para acesso aos camarotes e outros espaços reservados do Sambódromo. Ela teria cobrado R$ 5 mil pelo par de ingressos.
Os compradores eram informados pela acusada de que seus nomes seriam colocados em uma lista, mas ao chegar no local, as vítimas descobriam se tratar de um golpe. Os casos foram registrados na 19ª DP (Tijuca) e investigados também pela delegacia temporária instalada na Sapucaí.
De acordo com a Polícia Civil, houve 17 queixas apresentadas contra Lívia apenas na 19ª DP (Tijuca). As investigações apontaram que a mulher é líder de uma organização criminosa, voltada para aplicar golpes em vítimas que buscam ingressos para grandes eventos. Os agentes identificaram que Lívia dizia ser funcionária de uma empresa distribuidora de ingressos. Além disso, para garantir sua credibilidade, ela ainda usava o fato de ser irmã do Léo Moura.
Segundo o MPRJ, para evitar desconfiança da ação fraudulenta, Lívia negociava os ingressos falsos ou inexistentes diretamente com os compradores, utilizando seu celular e, ao final, enviava e-mails confirmando a venda aos lesados. Em um dos relatos colhidos durante a apuração, uma das vítimas disse que, ao questionar Lívia sobre como se daria o acesso às áreas, ela garantiu que os nomes dos compradores estariam disponíveis em uma lista na área de credenciamento da Sapucaí, o que, no dia do desfile, não ocorreu.
Prisão domiciliar
Desde dezembro de 2022, a irmã do ex-jogador cumpria prisão domiciliar solicitada pelo MPRJ em inquérito que apura outro crime de estelionato e organização criminosa. Lívia Moura era acusada pelo envolvimento em esquema de venda de ingressos falsos para a edição de setembro daquele ano do Rock In Rio.
O esquema consistia na criação de um site falso que imitava a página oficial do festival. O caso teria resultado em prejuízo de R$ 450 mil para o festival. Somente uma das vítimas teria pago mais de R$ 20 mil em entradas. Lívia chegou a ser considerada foragida.
À época, a Justiça determinou que Lívia deveria usar tornozeleira eletrônica, mas a acusada não colocou o equipamento e também não justificou a ausência. Pelo não cumprimento da medida cautelar, o MPRJ voltou a requerer a conversão da prisão domiciliar em preventiva.