Moradora da Rua Paulo do Couto Pfeil mostra torneira seca nesta segunda (8)Miriam Passos / Arquivo Pessoal

Rio - Moradores de Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, relataram, nesta segunda-feira (8), transtornos causados por um novo problema no abastecimento de água. Após ficarem com as torneiras vazias entre a quarta-feira passada (3) e sábado (6), por causa da interrupção na operação do sistema Imunana-Laranjal, eles voltaram a sofrer na manhã desta segunda.

Miriam Passos, que mora na Rua Paulo do Couto Pfiel, diz que notou a falta d’água por volta das 6h30. "Meu marido abriu a torneira que cai água da rua e não saiu nada. Sorte que estou utilizando a cisterna, que completei no sábado."

Domingos Ricardo, de 60 anos, morador da Rua Imbassay Melo, conta que fez contato com a Águas do Rio, concessionária responsável pela distribuição, e foi informado que houve interrupção no abastecimento da região, com previsão de normalização para o meio-dia desta terça-feira (9).

"As interrupções ou baixa na pressão da água têm sido constantes. Abro protocolos toda semana. Quando entrei em contato hoje, fui informado que o abastecimento estava cortado e, logo após isso, o atendimento foi interrompido", reclama Domingos.

Procurada, a Águas de Niterói informou que "o abastecimento está sendo retomado de forma gradativa. Alguns locais pontuais, principalmente em pontas de rede, ainda podem estar com algum reflexo no abastecimento." A empresa lembrou, ainda, que, em caso de necessidade, os clientes podem entrar em contato pelo WhatsApp 21 97211-8064, aplicativo Cliente Águas, site www.aguasdeniteroi.com.br ou 0800 723 1222.
Questionada, no entanto, sobre o relato do morador Domingos Ricardo, a concessionária não se posicionou.

Em nota, a Cedae afirmou que "a produção de água tratada está normalizada", e ressaltou que a Águas de Niterói é responsável pela distribuição. 
Dois milhões de pessoas afetadas na última semana

A operação da estação de tratamento Imunana-Laranjal, que abastece os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Inoã, Itaipuaçu e Ilha de Paquetá, foi interrompida na semana passada, por conta da presença da substância tóxica tolueno na área de captação da água.

Nesta segunda (8), o Governo do Estado iniciou a segunda fase da Operação Águas Limpas, criada na última quinta-feira (4), para apurar a origem da substância que deixou cerca de dois milhões de pessoas sem água. A força-tarefa cumpre mandados de busca e apreensão em 16 empresas que utilizam tolueno no processo de produção.

O tolueno é um composto químico que pode trazer vários danos à saúde, se ingerido ou inalado.

O Imunana-Laranjal voltou a operar de forma regular às 22h42 da última sexta-feira (5), assim que a taxa da substância foi reduzida para os padrões de segurança para consumo. Porém, a distribuição deve ser completamente normalizada na terça-feira (9).