Delegacia de Defraudações, na Cidade da PolíciaReprodução
O inquérito foi aberto em janeiro deste ano, quando surgiram as primeiras denúncias. De acordo com a Polícia Civil, três empresas que pertencem a Natham são investigadas: Multiply Serviços de Investimentos e Aplicações Ltda., Multiply Corretora de Benefícios Ltda., e Multiply Instituição de Pagamentos Ltda.
Conforme as investigações, as empresas procuravam clientes com promessas de juros bem acima dos valores de mercado. Fazia parte da estratégia vender uma imagem de sucesso. Por isso, abriram contas, criaram empresas e alugaram salas comerciais. A intenção era atrair clientes.
O empresário Diego Holanda, um dos que sentiu-se lesado pela corretora de investimentos, contou ao RJ1 que, na primeira reunião, foi recebido no camarote da financeira em um jogo do Flamengo no Maracanã.
"Você recebe um convite de camarote no Maracanã, não é qualquer um que tem documento para o camarote. O que falta? Não falta nada. Fui lá e fechei o investimento”, disse a vítima, que perdeu todo o valor aplicado.
Apesar do rombo atual, os investimentos foram bem-sucedidos nos primeiros meses. A partir de setembro do ano passado, entretanto, a situação começou a degringolar. Pouco a pouco, sem ver retorno das aplicações, os clientes perceberam que havia algo errado.
"Falaram que era investimento de renda fixa em multimercado, lá fora, e tinha confiança de gerente de outros bancos. Eles falaram que o dinheiro estava preso lá fora, que iriam devolver dia 20 de dezembro, e não foi devolvido”, afirmou o consultor financeiro Jardel Vilela, que perdeu 70 mil.
O servidor público Thiago Moraes conta que investiu cerca de R$ 120 mil e recebeu retorno de 4,2% ao mês por um ano. Ele convenceu amigos e parentes a entrar no negócio e ainda resolveu investir mais dinheiro: outros R$ 70 mil. Ele é mais um que perdeu tudo.
Em depoimento à especializada, Nathan disse que é o único sócio da Multiply, apesar de clientes relatarem a existência de Leonardo Varas. Ele informou que perdeu o dinheiro dos clientes em uma aplicação de risco no exterior. De acordo com o delegado, o suspeito nunca apresentou quaisquer comprovantes das aplicações. E também não tinha registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O inquérito está em fase avançada e deve ser concluído ainda neste mês.
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