O material foi apreendido em um caminhão na Rodovia Washington Luiz, na altura CaxiasDivulgação / PRF
Fuzis apreendidos pela PRF foram fabricados na Europa e seriam levados para Rocinha
Armamento foi localizado dentro de um caminhão com cerca de 750kg de maconha. O motorista confessou que vinha de Manaus
Rio - Quatro dos fuzis apreendidos pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) na madrugada de quarta-feira (24) na Rodovia Washington Luiz, altura de Duque de Caxias, foram fabricados na Sérvia, na Europa. O armamento estava junto a cerca de 750kg de maconha em um caminhão com destino a Rocinha, na Zona Sul do Rio.
Durante a abordagem, o motorista confessou que vinha de Manaus e receberia uma quantia em dinheiro pelo transporte do material. No veículo foram apreendidas mais duas pistolas Glock, desta vez, importadas da Áustria, também na Europa, além de 5kg de skunk e dez carregadores.
Ainda na ação, um quinto fuzil foi apreendido, de fabricação nacional, mas com símbolo da Venezuela. Todos são de calibre 7,62mm. O condutor foi preso.
De acordo com um relatório elaborado pela Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Estado de Polícia Militar (SSI) e divulgado no último domingo (21), mais de 90% dos 492 fuzis apreendidos no Rio, ao longo do ano passado, foram fabricados fora do país. O estudo indica que a maioria desses armamentos de grosso calibre vieram dos Estados Unidos, fabricados pela empresa Colt.
Segundo o levantamento, somente dessa fabricante foram apreendidos 199 fuzis, além de 43 de outras marcas de empresas do Oriente Médio e Europa. A outra fatia desse montante de armamentos, com 194 apreensões, não possuíam marca, sendo trazidos para o Brasil em peças. Essas partes chegam de forma ilegal e são montadas por armeiros envolvidos com as principais facções criminosas que atuam no Estado.
O relatório da PM indica ainda que a maioria desses fuzis foi encontrada em áreas onde há disputa territorial entre facções ou milícias.
O chefe do tráfico de drogas da Rocinha é John Wallace da Silva Viana, de 25 anos, o 'Johny Bravo', que está foragido. Integrante do Comando Vermelho (CV), ele assumiu a liderança após a invasão por divergências entre os traficantes Rogerinho 157 e Antônio Bomfim Lopes, o Nem.
Segundo investigações, Bravo teria saído do Brasil em 2014 e fugido para a Suíça por desavenças com a facção. O inquérito aponta que o traficante, que fala inglês fluente, viajava frequentemente para o exterior.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.