Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic foi presa enquanto pegava sol na Praia de GrumariDivulgação / Polícia Civil

Rio - Agentes da Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) prenderam, nesta segunda-feira (13), Diana Rosa Aparecida Stanesco Vuletic, de 39 anos, que estava foragida por envolvimento no golpe milionário contra Geneviève Boghici. A vítima é viúva de Jean Boghici, considerado um dos maiores negociadores de obras de arte do Brasil, que morreu em 2015.
A mulher foi detida enquanto pegava sol na orla da Praia de Grumari, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, Diana não resistiu à prisão. Contra ela, havia um mandado de prisão em aberto pelos crimes de associação criminosa, estelionato, extorsão, roubo e cárcere privado. De acordo com as investigações, a viúva do colecionador de artes sofreu um prejuízo de R$ 725 milhões, entre roubos e extorsões.

Além da foragida, a quadrilha era formada por Gabriel Nicolau Translavina Hafliger, Jacqueline Stanescos, Slavko Vuletic, Rosa Stanesco Nicolau e a filha da vítima, Sabine Boghici. Na última quinta-feira (9), três envolvidos foram presos em ação da Polícia Civil. Sabine, que planejou o golpe, morreu em setembro do ano passado ao cair de um edifício na Zona Sul do Rio.

A viúva de Jean Boghici acusou a filha de mantê-la em cárcere privado, de janeiro de 2020 a abril de 2021, após se recusar a realizar as transferências. Ao procurar a Delegacia Especial de Atendimento à Pessoa da Terceira Idade (Deapti) para denunciar o crime, a mãe de Sabine contou que a filha e um grupo de videntes extorquiam dinheiro dela em troca de "tratamento espiritual".
As duas travavam uma batalha judicial pela herança deixada por Jean, pai da ré. Na época, a quadrilha se apresentava como videntes e roubaram da mãe de Sabine cerca de R$ 725 milhões entre obras de artes, joias e dinheiro. A idosa descobriu, então, que todo o golpe havia sido articulado pela filha, que também passou a vender obras de arte para uma galeria em São Paulo.

Entre as obras levadas pela filha para a venda na galeria estavam 'O Sono', de Tarsila do Amaral; 'O menino', de Alberto Guignard; 'Mascaradas', de Di Cavalcanti; 'Maquete para o meu espelho'; de Antônio Dias; e 'Elevador Social'; de Rubens Gerchman. Duas obras foram vendidas para o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires, na Argentina, e ainda não foram recuperadas.

Sabine era casada com Rose, mãe de Gabriel Nicolau Traslaviña Hafliger, um dos homens que recebeu transferências bancárias feitas pela idosa, e irmã por parte de mãe de Diana, que se passou por vidente e fez a abordagem à vítima. Slavko é pai da foragida e Jacqueline, que também se passava por vidente, é prima.