PMs foram atacados a tiros na Rua Ourique, nos acessos da comunidade Cinco BocasGoogle Street View

Rio - Um intenso tiroteio em uma rua próxima ao Complexo de Israel assustou moradores dos bairros de Cordovil e Brás de Pina, Zona Norte do Rio, na tarde deste sábado (8). Segundo relatos, as trocas de tiros na região acontecem diariamente.
Em depoimento ao O DIA, residentes contam que as pessoas que vivem no local têm medo de entrar e sair, pois o tiroteio pode surgir a qualquer momento. Motivos estariam variando: desde um carro passar sem responder a ordem de traficantes para reduzir a velocidade e apagar os faróis, a, até mesmo, tiros contra viaturas que "invadem" o perímetro onde há o domínio da facção.
Atualmente, o Complexo de Israel é dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Chefiada pelo criminoso Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, a comunidade leva esse nome por causa do domínio do traficante, que é adepto de símbolos do Estado de Israel, como a Estrela de Davi.
De acordo com a Polícia Militar, na tarde deste sábado, agentes do 16° BPM (Olaria) foram atacados a tiros durante um patrulhamento na Rua Ourique, nos acessos da comunidade Cinco Bocas, em Brás de Pina. Os militares precisaram reagir, causando confronto.
Após a troca de tiros, dois bandidos conseguiram fugir para dentro da comunidade. Ainda segundo a PM, não houve registro de feridos na ação e o policiamento foi reforçado na região.
Além dos tiros registrados na tarde deste sábado, moradores contaram que houve tiroteio também na noite desta sexta-feira (7) e na última quinta (6). Na Avenida Schultz Wenk, que dá acesso para a Avenida Brasil, e na Rua Jorge Coelho, os disparos são recorrentes.
Na segunda-feira (3), a Polícia Militar realizou uma operação no Complexo de Israel com objetivo de combater o roubo de veículos e reprimir a movimentação de criminosos da região que atuam nas disputas de territórios. Os alvos foram bandidos das comunidades Cinco Bocas, Pica Pau, Cidade Alta, Vigário Geral e Parada de Lucas.
Em um período de pouco mais de um mês, pelo menos quatro pessoas desapareceram após entrar por engano no conjunto de comunidades. Stanley Pinheiro Fernandes Leite, Leonardo Correia dos Santos, Lohana Miranda e Darielson Azevedo Nunes ainda não foram encontrados. Os caso estão a cargo da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA).