Suyany Breschak é apontada como mandante e Júlia Cathermol Pimenta suspeita de matar o empresárioReprodução

Rio - A Polícia Civil investiga o encontro da cigana Suyany Breschak com a psicóloga Júlia Cathermol Pimenta, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos, no dia em que o corpo de Luiz Marcelo Ormond foi localizado. O empresário foi envenenado, ao comer um brigadeirão com remédio, e encontrado morto em seu apartamento, no Engenho Novo, Zona Norte, em 20 de maio. As duas mulheres estão presas. 
Segundo as investigações, Suyane e Júlia se encontraram primeiro em motel do município e, à noite, seguiram para uma pousada. A suspeita é de que elas podem ter ido para os locais negociar os bens do empresário, entre eles um carro e duas armas, já recuperados. No último estabelecimento, as suspeitas também estavam com Leandro Jean Rodrigues Cantanhede, namorado da cigana, e Victor Ernesto de Souza Chaffin, preso pela receptação do veículo da vítima. 
Ainda segundo as investigações, Júlia e Vitor pernoitaram na pousada. Os agentes aguardam a quebra dos sigilos bancários e telemáticos dos envolvidos para avançar nas investigações. A cigana foi beneficiária de todos os bens de Luiz Marcelo e é apontada pela 25ª DP (Engenho Novo) como mandante do crime, enquanto a psicóloga é a principal suspeita de envenenar a vítima. Ela teria dado o carro do empresário, onde as armas estavam, para abater parte da dívida de R$ 600 mil com Breschak por trabalhos espirituais.
O carro foi encontrado em Cabo Frio, na Região dos Lagos, após ter sido vendido por R$ 75 mil, e recuperado junto com outros bens. Já as armas estavam em uma rua da favela Eldorado 2, também na cidade, e foram localizadas na última segunda-feira (10). As pistolas foram vendidas por Vitor Ernesto, por R$ 14 mil. O baixo valor teria sido justificado com a informação de que o namorado de uma amiga havia falecido e queria vendê-las.
O homem que negociava o armamento relatou, em depoimento, que as pistolas eram para um sobrinho e desistiu ao ver que estavam com a numeração raspada. Mas, a negociação seguiu e a compra foi realizada pelo parente, que tem registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC). Na oitiva, o homem fez contato com o familiar e as informações passadas ajudaram os policiais a chegarem às armas. O rapaz também foi chamado para prestar depoimento, mas ainda não compareceu, e deve ser intimado outra vez. 
Luiz Marcelo teria sido assassinado com veneno em um doce entregue pela namorada. O namorado da cigana afirmou que viu Suyany e Júlia moendo o remédio que seria misturado ao brigadeirão e exames do Instituto Médico Legal (IML) confirmaram a presença de morfina e outras substâncias no corpo da vítima. O empresário não era visto desde 17 de maio e, de acordo com o laudo cadavérico, morreu três ou seis dias antes do corpo ser localizado.