Desde quarta-feira (12), um dia após operação, PM reforça policiamento no entorno da MaréArquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - Mais de 40 escolas da rede municipal do Rio ficaram fechadas, nesta sexta-feira (14), durante mais um dia de reforço no policiamento na região do Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. Nesta terça-feira (11), moradores viveram momentos de tensão devido a uma operação da Polícia Militar, que terminou com cinco mortes, incluindo um agente, e 24 prisões. Desde então, o clima segue tenso.
A PM reforça o patrulhamento no entorno do complexo pelo terceiro dia seguido. Como forma de precaução, 42 unidades escolares interromperam seu funcionamento nesta sexta. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (SME), os alunos tiveram aulas remotas.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o Centro Municipal de Saúde Vila do João e a Clínica da Família Jeremias Moraes da Silva mantiveram o atendimento à população. Apenas as atividades externas realizadas no território, como as visitas domiciliares, foram suspensas.
Nesta quinta-feira (13), um vídeo mostrando traficantes armados, que seriam integrantes da facção Terceiro Comando Puro (TCP), viralizou nas redes sociais. Os criminosos seriam da comunidade Baixa do Sapateiro e estariam pedindo para que traficantes rivais, do Comando Vermelho (CV), não entrassem em confronto com eles durante a presença de policiais na região.
Neste dia, agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), estiveram no complexo para realização de uma perícia na casa onde o policial militar Jorge Galdino Cruz foi morto. Moradores citaram um intenso tiroteio próximo a área onde a perícia foi realizada. Também foram ouvidos disparos na Baixa do Sapateiro, mesma localidade onde o vídeo que viralizou teria sido gravado.
Em relação a gravação, a Polícia Civil informou que investiga a ação de grupos criminosos na região e realiza diligências para identificar e responsabilizar criminalmente todos os envolvidos.
Envolvidos em ataque são identificados
A Polícia Civil identificou os dois responsáveis pelo ataque aos agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) durante a operação no Complexo da Maré, na terça-feira (11). Ronald de Souza Gomes, conhecido como Titi ou Titio do Adeus, e Luciano Candido Crispim, o Pitbull, atuam como seguranças de lideranças da organização criminosa na região.
De acordo com a investigação da DHC com apoio da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), Titi responde diretamente a Thiago da Sillva Folly, o TH, e foi identificado como autor do áudio gravado no momento em que os PMs são encurralados por traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP).
A ordem teria sido dada porque os agentes estariam chegando próximo das lideranças da facção. Então um segundo grupo de criminosos foi acionado.
Já Luciano atua com Michel de Souza Malveira, conhecido como Bill, Búfalo Bill ou César, também apontado como uma das principais lideranças do tráfico de drogas ao lado de TH. Pitbull teria trocado tiros com os policiais do Bope durante a operação.
O confronto terminou com cinco mortos, sendo três suspeitos, um não identificado e o sargento Jorge Galdino Cruz. O policial Rafael Wolfgramm foi baleado e está internado em estado grave no Hospital Federal de Bonsucesso. Além disso, o morador da Maré Revalci Rosa Agues, de 75 anos, foi atingido durante a troca de tiros e está no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, com quadro clínico considerado estável.
Em relação aos detidos pelos policiais militares durante a operação, a 21ª DP (Bonsucesso) registrou 23 presos, sendo 17 flagrantes e seis por cumprimento de mandado. Além disso, um adolescente foi apreendido.