Jhonatas Rodrigues Medeiros coordenava o esquema de extorsão e ameaça a comerciantes na Zona OesteDivulgação

Rio - A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (20), um dos homens de confiança do miliciano Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, que era responsável por coordenar toda a estrutura de ameaças e extorsões contra empresários e comerciantes na Zona Oeste. Jhonatas Rodrigues Medeiros, o Pardal, foi preso na Rua Artur Santos, em Campo Grande, por policiais da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco). 
Jhonatas Rodrigues estava foragido e era procurado por constituição de milícia privada. De acordo com as investigações da Draco, Zinho criou uma espécie de departamento na quadrilha para coagir e ameaçar comerciantes e empresários para receber propina. O responsável por todo o esquema criminoso era Pardal. 

No momento da ação, o miliciano estava com uma pistola calibre 9 mm e três celulares. Além do cumprimento do mandado de prisão, ele foi preso em flagrante porte ilegal de arma.
Empreiteiras sofrem extorsão de milicianos
Em dezembro de 2023, o Ministério Público do Rio (MPRJ), por meio de informações da Operação Dinastia, descobriu que empreiteiras que fazem construções em bairros da Zona Oeste sofrem extorsão de milicianos liderados por Zinho. Obras realizadas pela Prefeitura do Rio também foram alvos dos criminosos.
Em conversas obtidas através de quebra de sigilo dos homens de confiança do miliciano, Pardal e William Pereira de Souza, os investigadores chegaram até as tabelas de controle da "taxa de segurança". Em um dos documentos é possível ver que empresas chegam a pagar cerca de R$ 13 mil por mês aos criminosos.
Após concluídas as obras, a extorsão passa a ser feita diretamente ao condomínio, que repassam os valores aos moradores. Nas tabelas de controle da milícia, foram encontradas as datas de pagamento e o valor recebido. O MPRJ também identificou que a milícia de Zinho arrecadou mais de R$ 308 mil com cobranças de "taxas de segurança" a construtoras apenas no mês de fevereiro.
Troca de lideranças na milícia de Zinho
Zinho, considerado chefe da maior milícia que atua no estado do Rio de Janeiro, se entregou à Polícia Federal no dia 24 de dezembro de 2023, véspera de Natal. Ele era considerado o criminoso mais procurado do Rio e estava foragido desde 2018. O miliciano se entregou após fazer negociações durante uma operação conjunta da Secretaria de Estado de Segurança e da Superintendência da Polícia Federal do estado.
Desde então, alguns nomes já foram apontados como o sucessor de Zinho. Até o início de junho, quem ocupava esse lugar era o miliciano Rui Paulo Gonçalves Estevão — morto após ter sido baleado durante um confronto com policiais civis no dia 7, na Favela do Rodo, em Santa Cruz, na Zona Oeste. 
Após quase uma semana da morte de Rui um novo nome já foi apontado como sucessor. Investigações apontam que Paulo David Guimarães Ferraz Silva, o Naval, assumiu a liderança da quadrilha. Segundo relatos, Naval domina as comunidades do Barbante, Vilar Carioca, Antares e Rola, consideradas estratégicas para a milícia da Zona Oeste.