Sevanil Marinho da Silva está preso desde junho de 2021 pela morte de Fabíola da ConceiçãoReprodução / TV Globo

Rio - A Justiça do Rio condenou, nesta quarta-feira (26), Sevanil Marinho da Silva a 23 anos de prisão pela morte e ocultação do cadáver de Fabíola da Conceição. O corpo da vítima foi encontrado em um tonel com entulho dentro de um depósito no prédio onde o homem morava, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, em 2021. De acordo com o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ), o acusado ainda responde a outras investigações sobre homicídios, sendo considerado um serial killer na região.
O resultado da sentença aconteceu após votação no Tribunal do Júri. O juiz Adriano Celestino Santos, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu, destacou que as circunstâncias sobre o crime são graves, pois Sevanil cometeu o delito por dissimulação.
"As consequências do crime são graves, já que a vítima deixou quatro crianças, na época dos fatos, sendo privadas de ter contato materno", completou o magistrado.
Segundo a denúncia do MPRJ, o homem enganou Fabíola com uma falsa oferta de trabalho como cuidadora de idosos. Após se encontrar com a vítima em um bar de Comendador Soares, bairro de Nova Iguaçu, ele espancou a mulher até a morte e colocou seu corpo em um depósito no prédio onde morava dentro de um tonel com entulho.
Sevanil foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. O promotor de Justiça Bruno de Faria Bezerra, responsável pela sustentação da acusação perante os jurados, disse que o homem é um serial killer da Baixada, já que é investigado em outros inquéritos pelos mesmos crimes, cometidos contra mulheres com o mesmo padrão físico de Fabíola, ou seja, jovem, negra e baixa. 
Bezerra ainda demonstrou aos jurados que o crime foi cometido contra uma mulher apenas por ela ser do sexo feminino, pois Sevanil começou a ter desprezo por vítimas femininas. Diante dos fatos, o promotor ressaltou a importância de outras supostas vítimas e seus familiares, que tem casos parecidos com o de Fabíola, procurarem delegacias da Baixada para registrar ocorrências.
"O réu é um predador de mulheres. Não houve violência sexual. O prazer dele é matar. Em Guapimirim, vários homicídios são atribuídos ao réu que, após atrair a vítima e a matar, tentou atrair a irmã da vítima e uma amiga, buscando marcar um encontro na Central do Brasil com a primeira e marcando um encontro com a segunda, dizendo que a buscaria com carro de aplicativo. Porém, ambas suspeitaram do acusado e não foram ao local marcado. Esta foi a primeira condenação do réu e é importante registrar casos de desaparecimento com as mesmas circunstâncias”, disse o promotor.
Sevanil está preso desde junho de 2021. Antes disso, ele já havia ido para a cadeia por outro homicídio, mas deixou o cárcere em 2020, quando conseguiu benefício de visita familiar durante a pandemia.
Monstro de Corumbá
A condenação de Sevanil, considerado um serial killer atuante na Baixada, lembra de outro homem com a mesma descrição: Sailson José das Graça, conhecido como o Monstro de Corumbá. O criminoso confessou que cometeu mais de 40 assassinatos entre 2005 e 2014 na mesma região.
Em fevereiro de 2023, Sailson foi condenado a mais de 30 anos de prisão devido ao assassinato de Paulo Vasconcelos, ocorrido em 2014, por uma dívida de R$ 40. O valor seria devido à companheira do criminoso, Cleusa Balbino de Paula, que foi a mandante do homicídio. Ela também recebeu a mesma sentença de 30 anos de prisão pelo crime.
O assassinato aconteceu no dia 12 de novembro de 2014, na Estrada Adrianópolis, no bairro Amaral, em Nova Iguaçu, na Baixada. A vítima foi atacada com diversas facadas após ser atraída por Cleusa para um programa sexual em sua casa.
Conforme disse a juíza Tula Corrêa de Mello na época, a dupla cometeu o crime de forma audaciosa, praticamente "ostentando" a condição de matador de Sailson. A magistrada pontuou que ele manifestava clara satisfação na prática criminosa, inclusive em entrevistas.
Em março de 2023, Sailson foi condenado a 21 anos de prisão por outro homicídio. Raimundo Basílio da Silva também foi morto a facadas, em 2014. A vítima foi pega de surpresa pelo casal Sailson e Cleusa. O homem que esfaqueou a vítima, que foi encontrada com 13 perfurações pelo corpo. O crime teria sido um pedido da própria Cleusa, sob a acusação de que Raimundo supostamente teria tentado estuprá-la.
Além destes processos, Sailson também foi condenado a 32 anos por outros dois assassinatos. Ele está preso desde 2014.