Professora argentina foi filmada imitando macacos junto com brasileiro em roda de sambaReprodução/Redes Sociais

Rio - O PedeTeresa convocou um ato contra o racismo, após um casal ter sido filmado imitando macacos, durante a apresentação do grupo. O evento vai acontecer no dia 2 de agosto, na Praça Tiradentes, no Centro, onde o episódio racista aconteceu, na sexta-feira passada (19). A dupla que aparece no vídeo durante a roda de samba é uma professora argentina e um brasileiro que mora no Rio. 
Em um vídeo nas redes sociais, os integrantes chamaram o público para participar do ato. "A gente está aqui não só para convidar vocês para a nossa roda de samba. A gente convida vocês para o nosso ato contra o racismo (...) Racismo é crime, chegue chegando, mas chega devagar, valeu? Respeite quem pôde chegar onde a gente chegou e quando chegar no terreiro, procure primeiro saber quem eu sou", dizem os membros do grupo. 
O caso é investigado pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) depois que representantes do PedeTeresa registraram o caso, junto com a jornalista Jackeline Oliveira, que gravou o casal, na segunda-feira (22). Seguranças que trabalhavam na roda de samba relataram ter visto outro argentino fazendo imitação de macacos. A organização do evento acredita que havia um grupo de estrangeiros da Argentina no evento.
A Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal do Rio também acompanha o caso e a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Casa anunciou que vai pedir ao Governo Federal a extradição da argentina. A professora veio ao Rio para um evento no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Junta Diretiva Internacional do Fórum Latino-americano de Educação Musical (Fladem) pediu à seção brasileira uma investigação sobre a estrangeira
Nesta terça-feira (23), a Associação Orff-Schulwerk da Argentina defendeu a professora e alegou que o ato não tem conotação racista. A organização sem fins lucrativos informou que a argentina é associada há muitos anos e participou de alguns encontros, "mostrando sempre uma grande capacidade de trabalho e criatividade". A nota diz ainda que, no país, "no contexto de uma atividade pedagócica, a imitação de animais não tem conotação racista".