Equipes do BPChq atuam no localDivulgação/Arquivo/PMERJ

Rio - A Polícia Militar realizaram uma operação nas comunidades Campo Lindo, Canto do Rio e Mutirão, em Seropédica, na Baixada Fluminense, na manhã desta quarta-feira (7). A região, dominada pela milícia, é alvo de constantes confrontos devido à disputa de território entre criminosos.

Segundo a corporação, agentes do Batalhão de Polícia de Choque (BPchq) atuaram no local para reprimir o crime organizado. A ação terminou sem presos e materiais apreendidos. 

Na última segunda (5), o líder da milícia Anderson de Amorim Araújo Júnior, conhecido como "Bigode", foi preso por policiais civis enquanto saía do Complexo da Maré, na Zona Norte.

No dia anterior, uma outra ação em conjunto das polícias Civil e Militar terminou na morte de dois milicianos e um preso em Seropédica. Na ação, sete fuzis, cinco veículos roubados e com características adulteradas, coletes balísticos, roupas táticas e materiais típicos de grupos paramilitares foram apreendidos.

De acordo com investigações da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco), os milicianos, originários da localidade de Chaperó, em Itaguaí, estão associados a traficantes de drogas da facção Terceiro Comando Puro (TCP), do Complexo da Maré. A milícia recebe suporte da facção, que fornece homens e armamentos, enquanto, em contrapartida, autoriza a venda de drogas em todo o município de Seropédica.
Além do "Bigode", a liderança da narcomilícia também é composta por Luiz Gustavo da Silva Rosa, conhecido como Bicheiro, traficante vinculado ao TCP.
Guerra entre milícias
Os criminosos costumam atuar na antiga Rodovia Rio-São Paulo, que liga a Avenida Brasil, corta a cidade de Nova Iguaçu e chega à Seropédica. O município é considerado uma área estratégica por causa da proximidade com a Rodovia Rio-Santos e com o porto de Itaguaí. 
Dentre os principais líderes que comandam grupos fortemente armados que disputam o domínio pela região estão os milicianos Gilson Ingrácio de Souza Júnior, o Juninho Varão, Luiz Antônio Braga, o Zinho, preso desde dezembro do ano passado, e Jefferson Araújo dos Santos, conhecido como Chica.
Devido a guerra entre as milícias, moradores têm ficado em meio ao fogo cruzado. Em abril deste ano, por exemplo, Bernardo Paraíso, de 24 anos, aluno de Ciências Biológicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), morreu após ser baleado. Na ocasião, Um bebê de 1 ano e uma menina de 6 anos também foram feridos por disparos.