O menino Arthur, de 6 anos, recebe alta após ter sido baleado na cabeça em 14 de julhoArquivo pessoal

Duque de Caxias – O menino Arthur Henrique Lessa Faria, de 6 anos, recebeu alta na tarde desta quinta-feira (22), do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes,em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Ele estava internado desde 14 de julho, quando foi atingido na cabeça durante um ataque a tiros em uma churrascaria no bairro Pilar, no mesmo município.
Ao longo desses 39 dias, Arthur chegou a ficar em estado considerado gravíssimo, intubado, e precisou passar por quatro intervenções cirúrgicas. Mas agora, passado o temor pela vida do filho, a mãe, Isabele Lessa, é só agradecimento.
"Em nenhum momento, perdi as esperanças e a fé em Deus. Eu te disse que sairia com o meu filho vivo e falando desse hospital. Assim, Deus fez", disse Isabele ao DIA.
Após a internação no dia 14 de julho, Arthur passou por uma cirurgia para reduzir a pressão local na terça (16) e somente na quinta (18) realizou um movimento corporal pela primeira vez. Já no dia 23, o menino foi extubado, despertou e começou a se comunicar. Uma semana depois, passou por nova cirurgia, desta vez para reposicionar a calota craniana.
Isabele recorda a trajetória até o tão sonhado dia da alta: “Ele desenganou os médicos, surpreendeu a todos. Quem via ele, fala: ‘Caramba! Nem parece a criança que entrou aqui’”.
A direção HMAPN confirmou que o paciente "recebeu alta hospitalar nesta quinta-feira (22), às 16h50, com orientações para acompanhamento ambulatorial".
O dia do ataque
Carlos Alberto do Nascimento Faria, pai de Arthur que também ficou ferido no ataque, conversou com a reportagem dias após o ocorrido. Ele contou que a vizinhança costuma se reunir sempre aos domingos na única churrascaria do bairro Pilar e que tinha o hábito de frequentar o estabelecimento muito por conta do próprio filho, fã do cardápio do local.
Carlos recordou que no domingo (14), depois de chegar à churrascaria, dois conhecidos, identificados como Douglas Augusto Vitório Silva e Alex Júnior Marcelino do Nascimento chegaram, sem que ele soubesse, e se sentaram em uma mesa próxima. O pai de Arthur destacou que não era amigo da dupla: "Só conhecia, de cumprimentar na rua".
Momentos depois, quando voltava dos fundos da churrascaria onde havia posto o celular para carregar, Carlos ouviu os disparos: "Eu mesmo não vi quase nada", acrescenta.
Ele garantiu que não imagina o porquê do ataque. Relatos dão conta de que um dos dois homens que chegaram ao local após Carlos seria o alvo dos disparos motivados por uma relação amorosa.
Procurada sobre as investigações, a Polícia Civil não havia retornado até a última atualização desta reportagem. O espaço segue à disposição.