Maurício Demétrio está preso desde junho de 2021Reginaldo Pimenta / Arquivo Agência O Dia
Titular da Delegacia de Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM) na época, Maurício apontou o delegado Marcelo Machado como "operador de um grupo criminoso composto por outros quatro delegados", que supostamente confeccionavam roupas falsas. Machado, que estava lotado no Setor de Investigações Complexas, apurava justamente a atuação de Demétrio.
A denúncia do Ministério Público aponta que o grupo de Demétrio forjou conversas de Whatsapp se passando por interessados em adquirir camisetas fabricadas pela confecção que pertence a Marcelo Machado e seu sócio, Alfredo Dias Babylon. Os produtos encomendados foram usados para incriminar Machado na operação falsa. O Gaeco, no entanto, percebeu que a representação contra Machado foi feita e apresentada em data anterior à encomenda das camisas, antes mesmo de elas existirem.
“A operação fake foi minuciosamente planejada e teve ampla cobertura jornalística, permitindo que Demétrio, após ludibriar o MPRJ e o Judiciário, tivesse espaço nos veículos de comunicação para caluniar e desacreditar vários daqueles que se colocaram como empecilho para a atuação da organização.”, explicaram os promotores em 2021.
Maurício Demétrio foi preso em 2021, na Barra da Tijuca, durante a Operação Carta de Corso, que investigava uma organização criminosa que cobrava propina a comerciantes de produtos falsos e atuava dentro da própria Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), responsável por combater a pirataria. Em janeiro deste ano, Demétrio foi condenado a quase 10 anos de prisão por obstrução de justiça. O delegado ainda responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa e fraude processual.
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