Rio - A defesa de Lourival Correia Netto Fática, réu no caso do assassinato de Anic Herdy, informou nesta sexta-feira (20) que o corpo da vítima não foi destruído. Segundo a advogada Flávia Fróes, o local do homicídio foi indicado às autoridades e na próxima quarta-feira (25), em audiência, o suspeito revelará o mandante do crime.
"A perícia ainda não foi feita, já indicamos o local da morte e o Lourival vai ser ouvido para que ele leve a perícia e a Justiça ao local onde o corpo da Anic está", explicou Fróes.
Em nota, a defesa esclareceu que o homicídio ocorreu no início da tarde do dia 29 de fevereiro, no mesmo dia do desaparecimento de Anic. Investigações apontam que a vítima foi vista pela última vez entrando em um carro Jeep Compass preto, na saída de um shopping em Petrópolis, na Região Serrana.
Ainda segundo a advogada, o local do homicídio possui câmeras que irão identificar a entrada do carro com Lorival e Anic. O suspeito passou as novas informações de forma espontânea "para que sejam feitas as devidas perícias de constatação".
Em último trecho do comunicado, Fróes reforça que "aguarda a oitiva de Lourival já agendada pela Justiça para os próximos dias, quando irá indicar precisamente o local onde o cadáver se encontra, permitindo aos filhos e amigos de Anic fazerem seu funeral com a dignidade devida."
Relembre o caso
Anic desapareceu em 29 de fevereiro, mas o sumiço da advogada só foi registrado em 14 de março, porque Lourival orientou o marido da vítima, Benjamin Cordeiro Herdy, de 78 anos, a não procurar as autoridades.
Lourival se apresentou à família como policial federal e passou a ser o responsável por fazer a segurança do casal e dos filhos. Ele tinha acesso irrestrito a cartões de crédito e senhas da família.
Nesse intervalo de tempo, o idoso recebeu ameaças por meio de mensagens de texto dos supostos sequestradores e pedidos de resgate. Ao todo, foi pedido R$ 4,6 milhões, posteriormente pagos em dinheiro e em moedas de bitcoins.
Uma mensagem em tom de despedida foi enviada pelo celular da advogada, uma hora após o pagamento. O texto diz que a própria Anic orquestrou o sequestro para receber o dinheiro e que ela optou por ir embora do Brasil com um suposto amante, que seria policial civil. Mas, as investigações apontaram que Lourival, os filhos e a amante foram os beneficiários da quantia. Eles compraram um carro de luxo avaliado em R$ 500 mil, uma motocicleta no valor aproximado de R$ 30 mil e 950 celulares, que custaram cerca de US$ 153,9 mil.
Após uma longa investigação, a 105ª DP (Petrópolis) denunciou Lourival, Rebecca e os filhos por envolvimento no crime. Para a Polícia Civil, o segurança foi o mandante. Os investigadores também não descartam que Anic, em algum momento, tenha participado do plano.
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