Brazão está preso desde março em um presídio de segurança máxima. Na tarde desta segunda-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) deu início à fase de interrogatórios dos cinco réus por envolvimento no caso. Chiquinho respondeu às perguntas por meio de videoconferência.
Ao ser questionado sobre Marielle, o deputado garantiu que tinha uma boa relação com a vereadora, sendo ela definida como uma pessoa amável. Chiquinho ainda disse que o assassinato foi uma "maldade".
"Foi maldade o que fizeram. Marielle tinha um futuro brilhante sem dúvida nenhuma. Sempre foi minha amiga. Era uma vereadora muito amável. A gente tinha uma boa relação. Ela sempre foi muito respeitosa e carinhosa", comentou.
"Não tenho dúvida de que ele poderia me conhecer, mas eu não tenho lembrança de ter estado com essa pessoa. Nunca tive contato com Ronnie Lessa. Nada ali (delação premiada) é verdade", afirmou o deputado, que voltou a negar a participação dele e do irmão Domingos no crime.
O interrogatório faz parte do processo que julga os cinco réus pelo assassinato de Marielle e de Anderson, ocorrido em março de 2018. Os acusados já tinham prestado depoimento depois das prisões e apresentado suas defesas após as denúncias da Procuradoria-Geral da República (PGR). Após essa fase processual, os advogados dos réus e a acusação terão cinco dias para avaliar a necessidade de novas diligências. Se isso não acontecer, o processo entra na fase das alegações finais.
Além dos três acusados, a PGR também denunciou Ronald Paulo de Alves Paula, major da Polícia Militar, e Robson Calixto Fonseca, conhecido com Peixe. Os dois se tronaram réus pelos assassinatos e vão responder a uma ação penal pelos crimes.
"Há provas suficientes de autoria e materialidade e a PGR expôs os fatos criminosos, a qualificação dos acusados. Se esses indícios serão confirmados durante a ação penal, para isso teremos o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa aos acusados. A denúncia descreveu de forma coerente e pormenorizada os supostos crimes cometidos, os homicídios consumados e tentados, além de organização criminosa", declarou o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, na decisão.
Nesta terça-feira (22), está previsto o interrogatório de Domingos Brazão. Na quarta-feira (23), o de Robson Fonseca. Na quinta-feira (24), o do delegado Rivaldo Barbosa. Já na sexta (25), o Major Ronald será ouvido.
Acusação
A denúncia apontou que os irmãos Brazão foram os mandantes do crime. Segundo o documento, eles teriam planejado o assassinato em razão da atuação política de Marielle que dificultava a aprovação de propostas legislativas que facilitavam a regularização do uso e da ocupação de áreas comandadas por milícias no Rio de Janeiro.
A dupla teria contado com o apoio do delegado Rivaldo Barbosa. A PGR afirma que ele teria se encarregado de dificultar as investigações, utilizando-se de sua posição de comando na Polícia Civil do Rio para assegurar que os mandantes ficariam impunes.
Já o Major Ronald é acusado de monitorar as atividades de Marielle e fornecido aos executores informações essenciais para o crime.
Robson Calixto Fonseca, o Peixe, responde por integrar organização criminosa com os irmãos Brazão.
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