Polícia reconstitui últimos passos de Anic Herdy antes de ser morta por Lourival FaticaReprodução
Caso Anic: Polícia faz reprodução simulada com presença de assassino confesso
Agentes refazem últimos passos da advogada em shopping, motel e na residência de Lourival Fatiga, em Petrópolis e Teresópolis
Rio - A Polícia Civil realiza, nesta quarta-feira (23), a reprodução simulada da morte de Anic Herdy, na Região Serrana do Rio. A advogada desapareceu em 29 de fevereiro deste ano, em Petrópolis, e o corpo dela só foi encontrado em 25 de setembro, em Teresópolis. O assassino confesso da vítima, Lourival Fatiga, está preso e participa da reconstituição, à pedido da defesa dele.
Segundo a advogada Flávia Fróes, a reprodução teve início em um shopping de Petrópolis, onde Anic foi vista pela última vez, ao entrar em um carro Jeep Compass preto, no estacionamento. Em seguida, as equipes e o réu foram para o Motel Fujiama, no distrito de Itaipava, onde a vítima teria sido morta. Em coletiva de imprensa, nesta terça-feira (22), a defesa relatou que após matar a mulher, o assassino confesso pediu ao serviço de quarto para comprar o lençol, que ficou sujo de sangue durante o homicídio.
"Ele alegou que a mulher estaria constrangida com a menstruação no tecido e convenceu a atendente a vender por R$ 200 para que ele pudésse levá-lo", contou a advogada. O tecido serviu para limpar as manchas de sangue na suíte e no carro do réu. A expectativa da defesa é provar que a morte aconteceu no motel, para conseguir a liberdade de Rebecca Azevedo dos Santos, amante de Lourival e única corré que está presa no caso, além do autor do crime. O assassinato no estabelecimento afastaria a possibilidade do crime de extorsão mediante sequestro, pelo qual ela responde.
O último local onde os agentes vão realizar a reprodução é na casa de Lourival, em Teresópolis, onde o corpo de Anic foi encontrado em avançado estágio de decomposição, enrolado em um plástico bolha. A revelação do local onde estava o cadáver foi feita pelo próprio assassino, que utilizou a sapata do muro para enterrar e concretar o cadáver. Na segunda-feira (21), a Polícia Civil voltou à residência para cumprir um mandado de busca e verificação.
Entenda o caso
Anic desapareceu em 29 de fevereiro, em Petrópolis, mas o registro do sumiço da advogada só aconteceu em 14 de março, porque Lourival orientou o marido da vítima, Benjamim Herdy, a não procurar as autoridades. Nesse intervalo, o idoso recebia ameaças por mensagens de texto dos supostos sequestradores e pedidos de resgate que totalizam R$ 4,6 milhões.
As investigações apontaram que Lourival, os filhos e sua amante se beneficiaram da quantia, e foram denunciados por envolvimento no crime. Em 30 de agosto, a defesa do já réu no caso afirmou que ele confessou ter matado a advogada no mesmo dia do desaparecimento. Os advogados ainda detalharam que não houve sequestro e que a vítima entrou no carro do acusado, com quem tinha um relacionamento extraconjugal, por espontânea vontade.
O corpo de Anic foi localizado em 25 de setembro e Lourival apontou o viúvo da vítima como mandante do crime, por meio de uma carta entregue à sua defesa. De acordo com os advogados, ele teria ordenado a morte da mulher em janeiro e o falso sequestro seria uma maneira de encobrir o assassinato. Na ocasião, o advogado João Vitor Ramos, que representa o marido e os filhos dela, disse que eles entenderam a entrevista como uma ato de desespero e crueldade.
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