Kauan Galdino Florêncio Pereira tem quadro gravíssimo após ser baleado na cabeçaReprodução/Redes Sociais
Segundo o mecânico e motorista de aplicativo, Renato Pereira, o filho passou a virada do ano com familiares em casa, em Queimados, e recebeu à 0h a confirmação do batalhão onde ficará lotado. "Era o dia que o meu filho estava mais feliz, porque recebeu a notícia do sonho dele (…) Ela já tinha se alistado, fez todos os trâmites para entrar no Exército, todas as provas, estava só esperando o batalhão que ele ia 'cair'. Meia-noite, 'caiu' o batalhão e o dia que ele ia se apresentar, meu filho feliz, começou a dançar, brincar", lembrou o pai.
Por volta das 3h, Kauan decidiu ir para a comunidade onde um tio materno morava e o baile acontecia. Cerca de meia hora depois, Renato, que havia pedido para o jovem não sair de casa, foi acordado com a notícia de que ele havia sido baleado e estava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Queimados. O 24º BPM (Queimados) foi acionado e, segundo relatos, o crime aconteceu quando a vítima pisou no pé de um traficante conhecido como "Testa de Ferro" e eles também teriam se empurrado e trocado tapas, até que o jovem foi atingido na cabeça.
"Um pisão no pé vai tirar a vida de um jovem sonhador? Meu filho cheio de vida, não podiam ter feito isso com meu filhinho, não. Meu filho é um menino de ouro, só me deu orgulho, todo pai queria ter um filho desse", desabafou Renato.
Além do sonho com a carreira militar, o jovem era atleta desde os 11 anos e conquistou diversos títulos como jogador de futebol nas categorias de base. O último time em que atuou foi o Atlético Barra da Tijuca, pelo qual conquistou um campeonato em 2021. Nas redes sociais, o clube lamentou o caso e se solidarizou com parentes e amigos da vítima.
Muito emocionado, o pai declarou que o jovem foi vítima de uma "covardia" e pediu por justiça. "Uma covardia que fizeram com ele, meu filho nunca fez mal a ninguém, é um menino de ouro. Por que fizeram isso com o meu filho? Meu filho era quieto, 'bobão', só tinha tamanho. Meu filho não era de sair, era de ficar em casa com a mãe. Eu quero justiça, quero quem fez isso com o meu filho pague, essa covardia que fizeram com ele". O caso é investigado pela 55ª DP (Queimados), que apura a autoria do crime.
*Colaborou Renan Areias
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