Rio - A Justiça do Rio converteu para preventiva a prisão da falsa dentista Ketellen Alves Ribeiro, 29 anos, na tarde desta quarta-feira (15), em audiência de custódia. A mulher é investigada por manter uma clínica clandestina de odontologia nos fundos de uma loja de roupas no bairro Fonseca, em Niterói, na Região Metropolitana.
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A defesa de Ketellen pediu a liberdade alegando que ela é responsável pelo cuidado de um filho de 9 anos. Os advogados também afirmaram que a criança estava ao lado da mãe no momento em que ela foi presa em flagrante.
O fato, no entanto, foi um dos motivos usados pela juíza Rachel Assad da Cunha, da 4ª Vara Criminal da Comarca de Niterói, para manter a prisão da mulher. "A custodiada praticava a conduta na companhia da criança, que estava com ela no momento em que foi presa, conforme relatado nesta audiência. Portanto, a sua conduta expôs os filhos a risco extremo, já que os mantinha no mesmo ambiente em que praticava a conduta criminosa", escreveu a magistrada.
Na decisão, também foi considerado a propaganda enganosa que a presa mantinha nas redes sociais. "A gravidade da conduta é extremamente acentuada, especialmente porque a custodiada não tinha qualquer registro para exercer a profissão, sendo certo que sua rede social contava com mais de 4 mil seguidores e atraía as possíveis vítimas".
O crime
A prisão da falsa dentista foi realizada na segunda-feira (13) por agentes da 78ª DP (Fonseca), em conjunto com Conselho Regional de Odontologia (CRO), após denúncias de que a suspeita realizava serviços de colocação e manutenção de facetas dentárias sem posse de habilitação ou registro profissional.
Segundo investigações, ela promovia os serviços por meio de um perfil no Instagram, denominado "Keke Lentes" , onde publicava imagens de antes e depois dos procedimentos, atraindo clientes com preços abaixo do mercado. Os atendimentos eram realizados em um espaço improvisado na Rua Magnólia Brasil.
No local, os policiais encontraram diversos equipamentos odontológicos, seringas e facetas dentárias armazenadas de forma insalubre, sob mesas e pias, em desrespeito às normas sanitárias.
Ketellen foi autuada em flagrante por exercício ilegal da profissão, em que a pena pode variar de 6 meses a 2 anos de detenção, e crime contra as relações de consumo, com pena variando entre 2 a 5 anos de reclusão.
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