Rio - A Polícia Civil interditou a fábrica de tecidos Maximus Confecções, em Ramos, na Zona Norte do Rio, no fim da tarde desta quarta-feira (12). Um incêndio de grandes proporções atingiu o imóvel nas primeiras horas da manhã. O local também está interditado pela Defesa Civil por risco de desabamento.
No âmbito policial, a 21ª DP (Bonsucesso) interditou o espaço para apurar uma possível ação criminosa, além do preenchimento de requisitos de funcionamento e preservação do local. O local destruído era usado para confecção de fantasias de escolas de samba da Série Ouro.
Entre as agremiações prejudicadas estão o Império Serrano, a Unidos da Ponte e Unidos de Bangu. Segundo as escolas, toda a produção das fantasias para o carnaval 2025 se encontram na fábrica.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também instaurou um inquérito para investigar as condições de trabalho dos funcionários. Testemunhas disseram que haviam trabalhadores que dormiam no local, inclusive adolescentes.
A empresa será notificada para prestar esclarecimentos acerca dos fatos noticiados e deverá apresentar documentos, como: atos constitutivos ou o estatuto social com a última alteração; o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR) atual; Alvará de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI); e Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) dos produtos químicos utilizados.
Também deverá apresentar a relação de empregados, com nomes, idades, datas de admissão e funções, indicando quais estavam trabalhando no momento do incêndio; relação de empregados que ficaram feridos no incêndio, informando a condição de saúde de cada uma delas; e as medidas adotadas para prestar a assistência a cada um dos trabalhadores vítimas do incêndio.
Ainda segundo o MPT, as escolas de samba Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu também deverão informar e comprovar as medidas adotadas para prestar a assistência a cada um dos trabalhadores vítimas do incêndio e apresentar os contratos mantidos com a empresa Maximus, bem como os documentos exigidos para a contratação.
Para o procurador responsável pelo caso, Artur de Azambuja Rodrigues, "os fatos denunciados, em tese, configuram lesão a interesses coletivos e indisponíveis dos trabalhadores, tendo em vista a ocorrência de incêndio grave, com 21 trabalhadores feridos, que deve ser investigado, dentro das atribuições do Ministério Público do Trabalho".
Resgate dramático
O Corpo de Bombeiros resgatou 21 pessoas feridas, e 9 estão em estado grave. A retirada dos trabalhadores foi dramática, com alguns saindo do alto do imóvel pelas janelas com ajuda dos militares, em meio à fumaça, com o auxílio de uma escada.
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