Incêndio em fábrica de tecidos em Ramos foi controlado pelos bombeirosPedro Teixeira

Rio - O prédio onde funcionava a fábrica da Maximus Construções, localizado em Ramos, na Zona Norte, que pegou fogo na manhã desta quarta-feira (12), não tinha autorização do Corpo de Bombeiros para funcionar. Além disso, a empresa consta como inapta junto à Receita Federal devido a omissão de declarações. Ao todo, 21 pessoas foram resgatadas.
"A edificação não possui certificado de aprovação do Corpo de Bombeiros e, por consequência, não tinha condições de segurança necessárias para funcionamento. A edificação possuía muitos materiais de alta combustão, como plásticos e papeis", destacou o coronel Luciano Sarmento, subcomandante-geral da corporação.
Segundo a Receita Federal, a empresa estava inapta, ou seja, não poderia estar funcionando, desde 2023, quando não apresentou as documentações necessárias.
Bombeiros resgataram 21 pessoas da edificação, prestaram os primeiros socorros e as encaminharam a unidades municipais, ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e ao Hospital Federal Bonsucesso, ambos na Zona Norte.
Até o momento, 10 vítimas deram entrada no Getúlio Vargas, sendo oito em estado grave e duas estáveis. De acordo com a secretária de Estado de Saúde Cláudia Mello, todas tiveram queimaduras internas pois inalaram fumaça. Algumas pessoas também sofreram queimaduras externas.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou oito feridos na rede municipal: quatro no Hospital Souza Aguiar, no Centro, sendo uma em estado grave; duas na Coordenação de Emergência Regional (CER) da Ilha do Governador, na Zona Norte; e duas no Hospital Salgado Filho, no Méier, também na Zona Norte.
O Hospital Federal de Bonsucesso recebeu três pacientes, sendo duas mulheres e um homem. Todos estão estáveis, sendo atendidos por inalação de fumaça. Estão recebendo oxigênio e sendo submetidos a exames laboratoriais e de imagem.
As chamas já foram controladas pelos bombeiros. A operação contou com o empenho de 13 unidades operacionais, incluindo o Grupamento de Operações Aéreas da corporação e especialistas em salvamento em altura, cerca de 90 bombeiros, com apoio de 30 viaturas.
Fábrica produzia fantasias de Carnaval
O Império Serrano, a Unidos da Ponte e a Unidos de Bangu informaram que as fantasias para o Carnaval 2025 estavam no interior da fábrica incendiada. Já a Porto da Pedra comunicou que as roupas de duas alas estavam sendo produzidas no local. Todas as escolas são da Série Ouro.
Em nota publicada nas redes sociais, a agremiação Verde e Branca disse que o foco inicial é em garantir a segurança dos envolvidos e que, posteriormente, irá informar o tamanho do dano sofrido. O desfile da escola está marcado para acontecer no dia 1º de março.

"O Império Serrano lamenta profundamente o incêndio que ocorre nas dependências da Maximus Confecções. Informamos que toda a produção das fantasias do carnaval 2025 do Império Serrano se encontram na fábrica. Neste momento, estamos focados em garantir a segurança de todos os envolvidos neste acidente. Quando tivermos mais informações sobre os danos ocorridos, informaremos", diz a nota.

A Unidos da Ponte, outra agremiação da divisão de acesso, que desfilará no dia 28 de fevereiro, informou que todas as suas fantasias também estão na fábrica atingida pelo incêndio.

"O Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Ponte lamente profundamente o incêndio que ocorre neste momento na Maximus Confecções. Toda produção de nossas fantasias para o Carnaval 2025 se encontram nesta fábrica. É de extrema importância garantir a segurança de todos que estão presentes no local", contou.
A Unidos de Bangu, também da Série Ouro, foi mais uma entre as principais afetadas pelo incêndio. Por meio de nota, comunicou que - assim como as anteriores - todas as fantasias estavam no prédio, mas não sabe ainda em que estado se encontram. A escola de samba vai entrar na Avenida no dia 1º de março.

“A Unidos de Bangu lamenta profundamente o incêndio que ocorreu nas dependências da Maximus Confecções, nesta manhã, em Ramos. Informamos que a produção das fantasias do carnaval 2025 da Unidos de Bangu se encontra na fábrica, mas ainda não tem informação sobre o estado em que estão. Neste momento, estamos focados em garantir a segurança de todos os envolvidos neste acidente. Quando tivermos mais informações sobre os danos ocorridos, informaremos.”
Nesta manhã, o prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou que as escolas de samba afetadas pelo incêndio não serão rebaixadas no Carnaval deste ano. Em uma publicação nas redes sociais, Paes disse que conversou com o presidente da Série Ouro, Hugo Júnior, e decidiram que caso as escolas atingidas ainda consigam desfilar, não serão rebaixadas e terão participação honorária.
"Independente de qualquer coisa, as escolas não serão rebaixadas no carnaval desse ano. Havendo possibilidade de desfilar, as três serão consideradas hors con·cours", escreveu o prefeito, que está em Brasília, mas afirmou que o vice, Eduardo Cavaliere, acompanha o caso.