Movimentação na porta do Hospital Getúlio Vargas, na Penha, para onde algumas vítimas foram levadasReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Duas vítimas do incêndio na fábrica de tecidos em Ramos recebem alta
Outros nove pacientes seguem internados em estado grave, sendo um no Hospital Souza Aguiar e oito no Getúlio Vargas
Rio - A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, na tarde desta quinta-feira (13), que mais duas vítimas do incêndio na fábrica em Ramos, na Zona Norte, receberam alta. Dos oito pacientes encaminhados à rede, apenas um segue internado, em estado grave, no Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro. Outras oito pessoas estão no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também em estado grave por queimadura nas vias aéreas após inalação de fumaça tóxica.
Na manhã desta quinta-feira, a Polícia Civil realizou uma perícia para analisar se houve furto de energia na fábrica da Maximus Confecções, onde eram confeccionadas fantasias para escolas de samba da Série Ouro. Segundo a 21ª DP (Bonsucesso), a diligência contou com o apoio de representantes da Light para saber se tinha ligação clandestina de energia no edifício.
A concessionária informou que está cooperando com toda a investigação e que, por questões de segurança, interrompeu o fornecimento de energia em ruas da região. Ainda de acordo com a Civil, envolvidos e testemunhas prestarão depoimentos e a investigação segue em andamento para apurar as circunstâncias do incêndio.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) também instaurou um inquérito para investigar as condições de trabalho dos funcionários. Testemunhas disseram que trabalhadores dormiam no local, inclusive adolescentes. A fábrica tinha alvará da Prefeitura do Rio para as confecções, mas não possuía autorização do Corpo de Bombeiros e consta como inapta junto à Receita Federal por omissões de declarações.
O perito e engenheiro civil Júlio César da Silva, professor da Faculdade de Engenharia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FEN/Uerj), esteve no estabelecimento para acompanhar a perícia. Para ele, o incêndio aconteceu devido a soma de fatores como uma suposta má conservação da instalação elétrica, o uso exagerado de equipamentos - sobrecarregando a instalação - e o acúmulo de materiais inflamáveis, como os tecidos usados para as fantasias. Segundo o especialista, o espaço deveria ter uma brigada de incêndio e os funcionários serem treinados para situações como esta.
As chamas atingiram a fábrica na manhã desta quarta-feira. Bombeiros resgataram 21 vítimas e as encaminharam a unidades municipais, ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, e ao Hospital Federal Bonsucesso, ambos na Zona Norte. Nove seguem internadas e 12 já receberam alta.
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