Rodrigo foi uma das vítimas do incêndio na fábrica de tecidos em RamosRede Social

Rio - "Garoto trabalhador e esforçado". O relato é de um dos amigos de Rodrigo de Oliveira, funcionário da fábrica de tecidos que pegou fogo em Ramos, na Zona Norte, na quarta-feira passada (12). Ele estava internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas e morreu no domingo (16).

Segundo relatos nas redes sociais, Rodrigo também era ex-regente Mor da Corporação Musical Condessa do Rio Novo. "Descanse em paz! Você sempre será lembrado", comentou a instituição.
Nos comentários, amigos lamentaram o acidente. "O mundo de bandas hoje perde um ícone, garoto trabalhador e esforçado, somou muito com a leões de Queimados. Deixo aqui meus sentimentos e minhas condolências", disse um colega.

"Meu Deus! Há uma semana estávamos conversando e hoje essa notícia. Uma estrela em ascensão em vários aspectos. Brilha no céu meu amigo", comentou outro. "Que tristeza! Uma pessoa tão querida e partiu. Descansa em paz meu amigo, já deixou saudades", lamentou mais um.
Ainda na internet, uma amiga contou que o jovem chegou a lutar pela vida. "É  difícil ter que me despedir de você dessa forma. Só eu sei o quanto pedi a Deus para você melhorar, e eu sei o quanto você foi forte durante sua recuperação, o quanto tentou ficar. Mas também acredito que Deus sabe de todas as coisas e sei que você agora estar em um bom lugar", contou.
A amiga relembrou também os momentos que passaram juntos. "De você só vou guardar os momentos bons, da época da escola, no ônibus, na ida e na volta da escola, das nossas bagunça na minha casa, no portão, na rua, das nossas saídas... Você era o melhor sem dúvidas. Ah meu amigo, que falta você vai me fazer aqui, viu? Eu só espero que Deus te coloque em um bom lugar e que você descanse em paz. Eu sempre vou lembrar de você com todo carinho do mundo, você vai ser sempre meu melhor amigo", finalizou. 

A Maxium Confecções, empresa que trabalhava, é responsável pelas fantasias das agremiações da Série Ouro e quatro delas foram afetadas: Império Serrano, Unidos da Ponte, Unidos de Bangu e Porto da Pedra.

Em homenagem, a Império Serrano fez um minuto de silêncio no ensaio deste domingo (16) e a bateria tocou de preto em forma de luto. Além disso, a escola segue em contato com a família. 
Outras vítimas

O incêndio deixou 21 pessoas feridas. Segundo a direção do Hospital Estadual Getúlio Vargas (HEGV), dos oito pacientes internados na unidade após o incêndio, apenas Rodrigo não resistiu e uma mulher foi transferida. Dos outros seis, uma mulher apresentou melhora e tem quadro de saúde estável, enquanto outros cinco, sendo três mulheres e dois homens, permanecem em estado grave.

Já no Hospital Municipal Souza Aguiar, apenas uma pessoa permanece internada, em estado grave. Ao todo,oito vítimas deram entrada na rede municipal de saúde.
Polícia ouve donos de fábrica
A Polícia Civil vai ouvir os donos da fábrica nesta segunda-feira (17). As oitivas serão realizadas na 21ª DP (Bonsucesso), que investiga o caso, às 13h. Agentes da distrital estiveram na fábrica ao longo da semana para realizar perícia, que descobriu ligações clandestinas de energia, mais conhecidas como 'gato' de luz no local. Assim como a Polícia Civil, a Defesa Civil Municipal também interditou o imóvel, por conta do risco de desabamento.

Além do inquérito da delegacia, o Ministério Público do Trabalho (MPT) também vai investigar as condições de trabalho dos funcionários, já que testemunhas disseram que haviam trabalhadores que dormiam no local, inclusive adolescentes. A empresa será notificada para apresentar esclarecimentos e documentos, bem como a relação de empregados e as medidas adotadas para prestar a assistência a cada uma das vítimas do incêndio.

A auditora-fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Ana Luiza Horcades, esteve na fábrica e afirmou que há fortes indícios de que os funcionários não possuíam vínculo empregatício. O prédio onde funcionava a Maximus Construções não tinha autorização do Corpo de Bombeiros para funcionar. Além disso, a empresa consta como inapta junto à Receita Federal devido a omissão de declarações.